Campanha Salarial - governo utiliza cesta de benefícios para acalmar os ânimos de quem está na ativa
Em reunião realizada na tarde de ontem, 10, o governo federal propôs aos servidores públicos federais um reajuste em auxílios como alimentação e creche em meio a ameaças de paralisações e greves do funcionalismo. O que não traz nenhuma novidade à mesa já que o governo está visando separar a discussão do reajuste salarial da cesta de benefícios.
Representantes do Ministério da Gestão e de Inovação em Serviços Públicos (MGI) propuseram a abertura de 60 mesas setoriais de negociação com diferentes categorias de servidores públicos federais. Elas se somarão a outras negociações específicas já em curso desde o ano passado. O objetivo é discutir, ao mesmo tempo, recomposição salarial e reestruturação com cada carreira individualmente, uma demanda dos servidores.
O texto que o governo colocou na mesa reajusta já a partir de maio deste ano:
- O auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (alta de 51,9%);
- A assistência à saúde complementar per capita média (auxílio saúde) de R$ 144,38 para cerca de R$ 215; o que varia de acordo com o ganho salarial de cada servidor.
- A assistência pré-escolar (auxílio creche) de R$ 321 para R$ 484,90
No ano passado, a proposta apresentada foi de reajuste dos benefícios, além de um aumento salarial de 4,5% em 2025 e de 4,5% em 2026. Desta vez, no entanto, o texto prevê que as negociações ocorram por categorias e com aumento salarial para todos. Além disso, após pressão das entidades, foi retirada a cláusula de um termo de compromisso apresentado pelo governo que determinava a suspensão das negociações em caso de paralisações ou greves no serviço público, como divulgou o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).
A expectativa do governo é que as categorias de servidores respondam à proposta de negociação com aumento dos benefícios até o dia 15 de abril, para que seja editada uma portaria com os reajustes. No entanto, se a resposta vier depois, o MGI se compromete a pagar de forma retroativa os auxílios a partir de maio.
O Sindsprev irá próxima semana fazer consulta a categoria da aceitação ou não dá proposta feita aos servidores, no entanto, sabemos que só vamos avançar se continuarmos na pressão ao governo, não existe conquista sem luta e mobilização.