O lançamento do projeto piloto foi realizado em Mossoró – RN, primeira cidade a adotar o sistema. Os representantes identificaram que, apesar da mudança, os processos permanecem sendo represados. Deixaram de estar no represamento físico e passaram para o virtual.

O dirigente Antônio Paz (APS Pina) e a servidora de base do Sindsprev-PE Alzira Soares (APS Corredor do Bispo) foram indicados pela CNTSS/CUT para acompanhar a implantação do sistema INSS Digital/Teletrabalho na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, no período de 22 a 24 de março. O município é o primeiro a adotar o sistema que, segundo o governo, pretende agilizar os processos de Seguridade Social. 

De acordo com os representantes da CNTSS/CUT e do Sindsprev-PE, os trabalhos iniciais foram de acompanhamento junto aos servidores envolvidos no fluxo das atividades do INSS Digital e visita ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mossoró. No segundo momento, eles ouviram a explanação do gerente do INSS de Campina Grande/PB, Jobson Sales, idealizador do projeto Olimpíada do Conhecimento, que tem como objetivo aprimorar o conhecimento técnico dos servidores do INSS eletronicamente e de forma lúdica. 

Na oportunidade, o gerente executivo do INSS de Mossoró, Francisco Ozimar, explicou com mais detalhes o funcionamento do Projeto INSS Digital. Primeiramente, elencou os objetivos do projeto, o novo fluxograma de atendimento e os resultados a serem alcançados com a transformação dos processos físicos em digitais.

Etapas para o fluxo do projeto digital

O segurado agenda um protocolo de atendimento (sem definir qual o serviço desejado) através do 135 ou da Internet e depois se encaminha à agência de atendimento, o que poderá acontecer no mesmo dia. 

Primeira etapa: Na APS, um estagiário recebe o segurado no setor de triagem, identifica o serviço, pede para ele assinar o requerimento e solicita os documentos que serão escaneados, sendo redirecionada a senha para um segundo atendimento. Nesta etapa, o estagiário necessita ser treinado quanto à ordem lógica e cronológica dos documentos que estão sendo escaneados para não dificultar a análise do direito na etapa final. 

Segunda etapa - Atendimento simples: O segurado é recebido por um servidor que irá identificá-lo e vai autenticar, online, os documentos escaneados. Neste momento, não existe diálogo com o segurado em relação à solicitação.   " Em nossa opinião, é um atendimento desumanizado. Não há nenhum diálogo com relação ao atendimento das necessidades do segurado que protocolou um pedido. Este é o único dialogo entre o servidor e o cidadão e a oportunidade de explicação com relação aos direitos previdenciários " , criticou Antônio Paz. Após essa etapa, é solicitado que ele aguarde uma comunicação no seu endereço. 

Nesta etapa, é criado a “TAREFA” sem gerar nenhum número de benefício, essa tarefa é direcionada ao GET, ferramenta Gerenciador de Tarefas.

No GET, o gestor, no caso o chefe de benefício, irá direcionar o protocolo agendado ao servidor responsável e, segundo informação de Francisco Ozimar, os serviços são repassados de acordo com o perfil de cada servidor, de modo que os servidores não recebam serviços que não tenham domínio sobre a análise do direito. Nesta etapa, o número do benefício é gerado e é iniciada a contagem do prazo de 45 dias para a conclusão.

Terceira etapa: Nesta fase, o servidor responsável pela análise identifica os benefícios que são de sua responsabilidade para avaliar. Apenas ele visualiza aquele benefício e é solicitado ao mesmo a conclusão de seis benefícios ao dia. De acordo com Antônio Paz, o servidor que  estava sendo acompanhado disse concluir até três processos no seu horário normal de trabalho, o que acarreta acúmulo de processo a ser analisado.

Principais pontos de estrangulamento

- Os processos permanecem sendo represados, passando de represamento físico para o virtual.

- Muita ferramenta a ser trabalhada, além do PRISMA, SABI, SIBE, CNIS aparece mais uma ferrament, o GET, onde o servidor vai visualizar o processo virtual, analisar os documentos apresentados pelo segurado e confrontar com os dados existentes no CNIS. Após o acerto dos dados e vínculos no CNIS, o processo é concedido via PRISMA, SABI ou SIBE.

" Observamos que o servidor envolvido nesta etapa necessita de conhecimento de informática para organizar o processo virtual, algumas vezes criar arquivos, sendo necessário treinamento maciço dos servidores que não detêm conhecimento mais profundo de informática " , disse Antônio Paz.

- Ausência de interfase entre o GET e o CNIS (o servidor tem que passar os dados do CNIS para o GET a fim de arquivar as informações do CNIS no processo virtual).

- Muitos processos têm exigência. Elas são registradas no GET e encaminhadas ao segurado através de telegramas ou por meio eletrônico, caso o segurado forneça e-mail. Ao comparecer a Agência para cumprir a exigência, recomeça o processo seguindo as etapas citadas.

Resultados apontados como positivos pela Gerência de Mossoró

Para os representantes da CNTSS/CUT e do Sindsprev-PE, ao final da apresentação das diversas etapas do projeto o gerente de Mossoró relacionou alguns “RESULTADOS” como pontos positivos do projeto (ver abaixo). “Em nossa avaliação esses resultados devem ser analisados politicamente pelas entidades sindicais nacionais, pois a proposta é aplicá-lo em todas as gerências até o final de 2018 " , destacou.

Celeridade no atendimento

Atendimento do segurado a distância

Segurança na análise do despacho

Transparências das ações

Melhoria na qualidade de vida e processos de trabalho

Padronização das ações

Redução do número de atendimentos presenciais

Extinção da pessoalidade e subjetividade na análise do processo

Distribuição equitativa das tarefas entre os servidores

Distribuições de tarefas entre unidades distintas (teletrabalho)

Acompanhamento gerencial em tempo real

Melhoria do clima organizacional e da satisfação entre os servidores da unidade

Redução nos custos de funcionamento das unidades