Definidas mobilizações para 8 e 15 de março


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Encontro Nacional da CNTSS no Recife

definiu mobilizações para 8 e 15 de março

A CNTSS se reuniu com sindicatos para traçar estratégias de articulação para este ano. Segundo o presidente da Confederação, Sandro César, se o governo continuar se recusando a negociar com a categoria, pode haver greve.


 


O Encontro e Plenária Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) aconteceu, nesta sexta-feira (10/02) e sábado (11/02), no Centro de Formação e Lazer (CFL) do Sindsprev-PE, no Recife. O encontro reuniu 80 representantes de sindicatos da base do Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão e Pernambuco.


A CNTSS e as entidades sindicais reuniram-se para decidir os próximos passos na luta contra as decisões arbitrárias do governo golpista de Michel Temer, incluindo a Extinção do Ministério da Previdência Social e a implantação da Reforma da Previdência. 

 

Entre os encaminhamento definidos, estão as manifestações do dia 8 de Março: Dia Nacional de Mobilizações sobre os prejuízos da reforma da Previdência para as mulheres. E do dia 15 de março: Dia Nacional de Paralisação contra a reforma da Previdência.

 

O Sindsprev-PE vai realizar seminários regionais e mobilizações nos locais de trabalho em todo o estado, visando esclarecer e protestar contra a reforma da Previdência do governo federal e organizar os preparativos para a greve do dia 15 de março. 


Após a abertura feita pelo presidente da CNTSS, Sandro César, as atividades começaram, na manhã da sexta ((10), com a análise da conjuntura política e econômica do país com o professor José Henrique Artigas Godoy, doutor em Ciências Políticas  pela Universidade de São Paulo (USP) e docente da Universidade Federal da Paraíba.


A palestra detalhou as perspectivas, alternativas e responsabilidades dos cidadãos e, particularmente, dos movimentos sociais organizados e centrais sindicais no combate às reformas antissociais do governo Temer e na recomposição da ordem democrática e das instituições no país.


" Durante o transcurso deste ano, teremos grandes debates que colocam em risco o conjunto das liberdades e direitos construídos com muita luta durante os últimos 30 anos. Neste momento, nós temos a possibilidade de ver uma grande retroação no conjunto dessa plataforma de direito e, certamente, os sindicatos e centrais têm que estar preparados para resistir frente a essa pressão conservadora que favorece as classes dominantes e prejudica os trabalhadores, mas também para preparar uma reação no sentido de recomposição das forças progressistas e da garantia de preservação dos direitos da classe trabalhadora " , destacou o especialista. 


Ainda segundo Godoy, a crise econômica, política e institucional que assola o Brasil só será revertida através da luta dos trabalhadores. " Sinceramente, acho que em um prazo curto nós teremos muita dificuldade de reação, mas acredito na possibilidade das classes trabalhadoras retomarem a posição progressista que vinham atribuindo aos governos de Lula e Dilma. Claro, é preciso muita organização e preparação para a luta.


Temos que estar preparados para as responsabilidades que o sindicalismo terá porque não será apenas para o primeiro semestre de 2017, mas para os próximos anos. Não tenho dúvida de que nós retomaremos nossos direitos e conseguiremos imprimir uma reforma democrática e popular para o nosso país, seja no âmbito econômico ou na garantia de uma participação mais equitativa dos trabalhadores na distribuição do poder político " .


Para o coordenador do Sindsprev-PE, José Bonifácio do Monte, o ano será intenso, mas haverá reação. " Estamos reunidos para podermos fazer a luta dos trabalhadores. Esse ano vai ser difícil por conta das reformas que o Governo Federal está implantando, falo da trabalhista e da previdência, mas também por conta do desemprego. Os especialistas políticos e econômicos disseram que a taxa já é de 22% e pode chegar a mais de 30% até o final do ano. A perspectiva é muito ruim, mas estamos nos organizando para deixar o movimento cada vez mais forte " , declarou.




Os participantes foram divididos em dois grupos: Um da Saúde e do Trabalho e outro do INSS e da Previdência. Após os debates foram apresentadas propostas para a pauta de reivindicações da Campanha Unificada dos Servidores Federais, que deve ser válida para os anos de 2018 e 2019. No segundo momento (sábado) as propostas de cada grupo foram discutidas e aprovadas por todos os participantes.



 


ENTREVISTA// SANDRO CÉSAR 

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social 


- Qual a relevância de plenárias como esta para a atual conjuntura do país?

Sabemos da dificuldade do cenário político e econômico que o Brasil atravessa, entretanto, é papel da Confederação e dos seus sindicatos organizar os trabalhadores para fazer a luta necessária para garantir o avanço dos direitos da categoria. A perspectiva é que possamos sair daqui organizados para fazer o enfrentamento da Reforma da Previdência, bem como iremos elencar estratégias necessárias para lançar a campanha salarial do ano de 2017. Se não houver avanço no processo de negociação, com certeza vamos tomar medidas mais drásticas.


- De acordo com o professor doutor José Artigas, não há previsão favorável a curto prazo. Podemos nos preparar para uma possível greve? 

Com certeza. Óbvio que não é o desejo dos trabalhadores, mas é uma necessidade frente ao endurecimento do outro lado, do lado do governo, que muitas vezes se nega a negociar. No caso específico da categoria federal, em janeiro deste ano, acabou o acordo firmado nos últimos dois anos e não temos garantia de nada firmado para o ano que vem. Vamos nos organizar a fim de coquistar a reposição da inflação e o plano de carreiras.


- Qual o maior desafio para os próximos meses?

O grande desafio para o servidor público  este ano é barrar a Reforma da Previdência, é a nossa luta chave. Temos que impedir a aprovação dessa reforma. Ela retira direito dos trabalhadores e coloca o Brasil em uma situação extremamente complicada, como o único país do mundo que terá aprovado uma Reforma na Previdencia em que a expectativa de benfício é pós-morte. Os trabalhadores têm que ter ciência do que está acontecendo, e eu acredito que boa parte tem e já está debatendo o tema. Vamos combater a Reforma da Previdência para as pessoas terem direito à aposentadoria.

 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO NA ÍNTEGRA


Sexta-feira (10.02)


Manhã

- Mesa de Abertura

Presidente da CNTSS - Sandro Alex

 

- Análise de Conjuntura

José Henrique Artigas Godoy


Tarde

- Debate na Plenária

Instalação dos encontro dos setoriais da CNTSS


1 - INSS e Previdência 

Convidados: Presidente do INSS - Leonardo Gadelha

Diretor do Sindsprev - Irineu Messias

 

2 - Ministério da Saúde e Trabalho

Convidados: Diretor de Gestão de Pessoas do Ministério da Saúde - Pablo Leite

 

- Levantamento de Propostas

Levantamento das Estruturações e os Impactos nos Processos de Trabalhos nas Políticas da Seguridade Social no Atendimento à População e na Vida Funcional dos Servidores

 

- INSS e Desmonte do INSS

- Extinto o Ministério da Previdência

- Ministério da Fazenda e Desenvolvimento Social e Agrário 

- Conselho Nacional: Recursos e as Juntas de Recursos do Seguro Social

- Ministério da Saúde e os Nems

- Anvisa,  Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e Saúde Indígena

 

Sábado (11.02)

 

Plenária Nacional do Setor Federal

9h - 10h - Organização do Setor Federal na CNTSS

10h 11h - Geap - Irineu Messias

11h -12 - Levantar os fóruns nacionais

Debater a respeito da representação da CNTT/CUT nos fóruns

Apresentação das pendências das plenárias do Recife

12h - Debate e Plenária


Encaminhamentos finais:


Dia 8 de Março: Dia Nacional de Mobilizações sobre os prejuízos da reforma da Previdência para as mulheres. 

Dia 15 de março: Dia Nacional de Paralisação contra a reforma da Previdência.


 

 

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