Base elenca proposta de ação em prol de servidores


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Delegados de base elaboram

proposta de ação em prol dos servidores

Ainda na tarde desta sexta-feira, uma assembleia com a categoria deverá deliberar as estratégias de combate ao ataque aos direitos dos trabalhadores. Pela manhã, foi elaborado um documento com as principais sugestões elencadas pelos delegados



A sexta-feira (20) será estratégica para o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado de Pernambuco (Sindsprev-PE) no combate aos ataques aos direitos trabalhistas anunciados pelo Governo Federal. Pela manhã, os delegados de base se reuniram para discutir as consequências das mudanças na Saúde e na Previdência Social para a categoria. O encontro resultou na elaboração de um documento com as principais propostas de articulação elencadas. A partir das 14h, uma assembleia geral da categoria vai deliberar as ações que serão tomadas. Após a votação, às 17h, os servidores deverão se unir à Frente Brasil Popular no movimento #ForaTemer, na Praça do Derby, na região central do Recife. 


" Nosso objetivo é convocar o nosso exército, que são vocês, trabalhadores. Ainda não sabemos o que poderá ser feito, mas vamos continuar a lutar, como sempre. Não sabemos como ficará nossa situação, nossos reajustes e nossas condições de trabalho. O que está por vir são dois anos sem concurso e dois anos sem aumento, por baixo. Mas vamos lutar até o fim " , declarou o coordenador geral do Sindsprev, José Bonifácio do Monte, na abertura da assembleia.


Diante do cenário de instabilidade política e econômica no qual o país está  inserido e com a reforma ministerial apresentada pelo presidente em exercício  Michel Temer, o sindicato vai articular um plano de lutas contra a retirada de direitos dos servidores públicos nesta sexta.  " Tivemos 30 anos de avanços e não vamos deixar que tudo se perca. É uma tendência mundial. Não é só no Brasil, na Argentina também já aconteceu. Não podemos nos desesperar, mas temos que pensar juntos em todas as formas de enfrentamento possíveis. Nossa ações não podem ser só nas ruas, também vamos agir juridicamente " , complementou José Bonifácio.


Após a análise da conjuntura feita pelo coordenador do Sindsprev, os diretores de base foram convidados a participar do debate e elencar ideias para a articulação da entidade na defesa dos direitos dos trabalhadores.  " Estamos vivendo um golpe. Não é militar, mas civil e jurídico. Apesar de se dizer em nome da democracia, a gente sabe que o que houve foi errado. A criminalização da esquerda, dos movimentos sociais e dos sindicatos são provas desse processo ilegítimo e golpista. Não se pode tratar como guerrilha as reivindicações dos movimentos sociais. É obrigação dos sindicatos aglutinar o interesse dos trabalhadores, absorver as demandas e, mais do que isso, exercer um papel pedagógico com a discussão política entre os servidores para contribuir na visão de mundo das pessoas. O que está em jogo não é só a desconstrução do INSS, mas do conjunto de direitos e políticas sociais conquistadas desde o início do século XXI " , destacou José Albuquerque, da APS de Garanhuns, no Agreste.

 

 

 

Entre as ideias sugeridas no debate, foi reforçada a importância da sensibilização da sociedade. " A gente precisa ter foco na discussão para encaminhar como podemos nos mobilizar e fortalecer nossa luta. Não estamos no momento de discutir governo. Não podemos continuar só falando no golpe. É preciso se concentrar para termos estratégias de atuação. Uma das formas de fazer isso é mostrar para a população o que está prestes a acontecer. Precisamos que essa luta não seja apenas dos servidores, precisamos nos aproximar das comunidades e isso tem que ser feito com urgência e com todas as ferramentas possíveis, incluindo as mídias sociais. Nós sabemos o quanto a grande mídia é comprada e está comprometida. Precisamos nos mexer, e rapidamente, para reverter essa situação " , apontou Sacha Pinheiro, da Gerência Executiva Recife.


O servidor Sérgio Cristiano, da Superintendência Regional, lembrou que o desmonte iminente, em verdade, poderia ter sido evitado. " Infelizmente, chegamos neste momento. Muitos acordos do passado deveriam ter sido melhor analisados. Acordos que não foram bons para o trabalhador. A base de uma edificação precisa ser perfeita para que a construção não chegue a ruir. O momento é de reflexão e percepção. Não podemos deixar um governo de modelo neoliberal passar por cima dos nossos direitos. Precisamos juntar boas ideias das áreas jurídicas e econômicas com quem conhece o funcionamento do INSS para articular nossas ações. Temos que expor bem claramente os prejuízos e as perdas para a sociedade. Tudo deve ser exposto em outras mídias, como o Youtube, Facebook. Fora isso, o sindicato tem que mergulhar naquilo que o povo sempre diz - e eu nunca compreendi - a respeito do " rombo da previdência " . É nesse mérito que devemos entrar. O tempo é curto. Temos que correr para abrir as portas que estão tentando fechar " , salientou.


Os atos nas ruas também foram reforçados. " Nós sabemos que o que aconteceu estava previsto há muito tempo. Ano passado, Temer lançou a Ponte para o Futuro e todas essas linhas já estavam traçadas O povo só vai ver nossa insatisfação se estivermos nas ruas. Precisamos organizar melhor nossos atos para mostrar a nossa força " , disse o servidor Marcelino Paulo, da Junta de Recursos da Previdência Social.

A fase de discussão foi concluída com a fala de Anilda Nascimento, do Conselho da Executiva do Sindsprev. " Neste momento, a nossa situação está difícil. Não só para os servidores, mas para o povo brasileiro. O Temer não gosta de servidor público e já chamou a gente de desqualificado. Ele estava se organizando há muito tempo para acabar com Dima e com o PT. Agora, a gente precisa se unir para trazer de volta o Ministério da Previdência. Temos que lutar também pelo SUS. Não podemos cruzar os braços " , esclareceu.

 

Propostas

No encerramento, o coordenador geral do Sindsprev, José Bonifácio, destacou a importância da união para formulação de novas ações. Um documento foi elaborado para a discussão com a categoria, a ser feita durante a tarde, e deliberação das estratégias. Entre as sugestões citadas:

 

  • reforçar o papel pedagógico do sindicato para denunciar o golpe

  • reunir especialistas para analisar a conjuntura

  • informar a população sobre o desmonte da previdência e da saúde e utilizar as redes sociais nessa aproximação

  • fazer novas alianças com movimentos sociais

  • convocar todos os servidores para a luta, independente da ideologia política

  • expor as consequências das ações do atual governo

  • questionar o jurídico sobre a segurança da não retirada das gratificações

  • compreender e dominar a discussão sobre o rombo na previdência

  • fazer trabalho de conscientização nos locais de trabalho

  • elaborar uma carta aberta para a população

  • fazer pressão para o retorno do Ministério da Previdência

  • propor para as entidades nacionais ações conjuntas para combater o governo Temer

  • ser contra a reforma na previdência

     

#ForaTemer

A sexta-feira da resistência  será neste dia 20 de maio. O ato púlico foi articulado pela Frente Brasil Popular. A concentração está marcada para as 17h, na Praça do Derby, a Praça da Democracia. 


 

     

 

 

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