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Seminário destaca importância da luta contra desigualdade racial

O Seminário:  " Desigualdade Racial no Mercado de Trabalho " , promovido pelo Sindsprev, na sexta, 22/11, no CFL, revelou que permanece o desafio de realizar transformações nas estruturas que ainda sustentam e disseminam a discriminação racial no Brasil.

Na abertura, os dirigentes do Sindsprev, José Bonifácio e Irineu Messias, destacaram a importância do seminário, que tem como objetivo alertar a categoria sobre o racismo que ainda persiste no Brasil, de uma forma mais camuflada.

Principalmente, porque o preconceito racial é constantemente reproduzido pelos meios de comunicação, com mais intensidade pelas redes de tv. O racismo é negado. Negros e negras representam papéis subalternos nos enredos; novelas, programas, comerciais e até no jornalismo televisivo. Além da tv, também revistas e jornais cultuam o padrão europeu de beleza e vendem a família branca, urbana e de classe média como ideal de felicidade.

A dirigente Anilda Nascimento reforçou a necessidade de enfrentar o racismo no mercado de trabalho e nos demais setores da socidade brasileira e citou alguns avanços na legislação brasileira no sentido de punir crimes racistas.

A economista Jackeline Natal (foto abaixo à esquerda), apresentou dados da pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que entrevistou 1,2 milhão de pessoas em 2011-2012. Em síntese, a técnica do Dieese revelou que os negros exercem profissões ou ocupam funções que têm salários mais baixos, além de serem maioria também entre os desempregados.

Por sua vez, a assistente social do INSS e ativista negra, Teresa Sousa (foto acima à direita), destacou que " o racismo tem resquícios históricos e também significado sociológico que se reproduz, sem depender da manifestação genética " . Dirigentes do Sindsprev reforçaram a necessidade de intensificar a luta conjunta dos movimentos sociais e sindical, para conquistarmos uma verdadeira igualdade racial e social.

Introdução da pesquisa do Dieese: “Os negros no Trabalho”

A desigualdade no acesso a uma ocupação e a disparidade nas condições de trabalho creditadas às diferenças de cor têm ocupado papel de destaque nas agendas de pesquisas e estudos de diversas instituições.(...) 

Para a maioria da população, o mercado de trabalho constitui meio primordial de acesso à renda. Em troca do exercício profissional disponibilizado a um empregador ou através da produção de bens ou serviços do trabalho independente, um amplo contingente de pessoas busca suprir as necessidades materiais da existência, própria e de suas famílias. (...)

O mercado de trabalho também abriga outras dimensões sociológicas e culturais que influenciam a inserção de indivíduos na estrutura das comunidades, associadas ao prestígio social decorrente das diferentes ocupações e da efetiva possibilidade de participação organizada na sociedade sob a forma de grupos de interesses ou classes sociais.(...)

A questão racial interfere para designar lugares para trabalhadores negros na estrutura produtiva, passíveis de serem traduzidos por situações de discriminação não determinadas pelos critérios objetivos da produção, que acarretam desvantagens aos afro-brasileiros.

Clique aqui e confira dados e números da pesquisa do Dieese na íntegra.pdf

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