Promotor recomenda adaptações no projeto
Audiência no Ministério Público de Pernambuco
Promotor recomenda adaptações na construção do terminal de ônibus no HGV
No dia 08/10, na Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), foi realizada audiência que discutiu soluções para os problemas causados pela construção do terminal integrado de ônibus no Hospital Getúlio Vargas (HGV). Participaram representantes do Sindsprev, Sindicato dos Médicos e da Secretaria Estadual das Cidades.
Inicialmente, o promotor de Justiça, Ricardo Coelho, reafirmou o objetivo da audiência e fez um breve relato das providências tomadas até o momento, inclusive a abertura de um inquérito civil público.
Em seguida, o dirigente do Sindicato dos Médicos, José Tenório Cerqueira, apresentou as dificuldades de acesso que médicos e demais servidores do HGV já estão enfrentando com o fechamento do estacionamento. Acrescentou que o terminal prejudicará pacientes e servidores, com o aumento da poluição sonora, atmosférica e trepidação provocada pelo trânsito de veículos pesados (ônibus). Além disso, o médico alertou para os riscos de infecção ou contágio de diversas enfermidades entre pacientes e os próprios usuários do terminal.
Por sua vez, o coordenador geral do Sindsprev, José Bonifácio, reafirmou que a construção do terminal de ônibus no HGV é “descabida”, pois prejudica a recuperação da saúde dos pacientes, com todos os fatores agravantes citados anteriormente, além da derrubada de mais de 20 árvores. Destacou que a enfermaria de Neurologia fica bem próxima do terminal.
Além disso, Bonifácio afirmou que as rachaduras existentes no Bloco G, que atualmente são monitoradas mensalmente, poderão ser ampliadas. Os demais dirigentes do Sindsprev reforçaram os problemas relatados, acrescentando detalhes importantes de cada área ou cada setor. Enfim, os sindicalistas sugeriram que o terminal fosse construído em outro local e que a área atual em questão fosse destinada para ampliação do HGV.
Por outro lado, a gerente de projetos da Secretaria das Cidades, Juliana Barreto, defendeu a viabilidade técnica da obra, alegando que a área é a mais adequada à construção do terminal de ônibus, por ser “uma interseção de grande fluxo de tráfego”: cruzamento do corredor leste-oeste (Av. Caxangá) com a terceira perimetral (Av. General San Martin).
A representante do Governo do Estado justificou que o projeto procurou “minimizar ao máximo os aspectos negativos da obra”, citando por exemplo, que os veículos com tecnologia BRT são menos poluentes. Em relação ao estacionamento, disse que será transferido para o subsolo e para as ruas laterais “que não têm grande fluxo de veículos”. Como compensação pelas árvores derrubadas, garantiu que está no projeto a reposição pela Prefeitura do Recife.
No final da audiência, o promotor de Justiça apresentou as seguintes deliberações: nova audiência agendada para o dia 21 de outubro, às 14h30, quando a Secretaria das Cidades deverá apresentar uma proposta conciliatória, “adaptando o projeto às necessidades que foram ressaltadas”.
Assista à entrevista com o coordenador do Sindsprev, José Bonifácio, sobre a audiência no MPPE
Participaram os dirigentes do Sindsprev: Anilda Nascimento, Maria Izabel, Ivanilda Lima,
José Bonifácio e Tereza Cristina.