Analisa protestos nas ruas e define mobilizações
Nos dias 05 e 06/07, no CFL, reunião da Direção Plena teve participação expressiva de seus dirigentes sindicais. Na abertura, noite do primeiro dia, foi feita a apresentação do vídeo da campanha publicitária idealizada pelo Sindicato pela valorização da aposentadoria
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No manhã do dia seguinte, foi apresentada uma análise de conjuntura com o cientista político José Artigas, professor da UFPB e como debatedor, o dirigente do Sindsprev, Irineu Messias. Além destes, a mesa foi composta também pelo coordenador geral José Bonifácio.
Inicialmente, o professor Artigas afirmou que estamos vivendo um “momento ímpar” na história do Brasil, que necessita de reflexão fundamentada e aprofundada para que os movimentos sindical, sociais e populares adotem uma postura que possibilite ações eficazes para conquistar suas bandeiras de lutas e atender às demandas expressas nos recentes protestos, intensificados nas ruas no mês de junho em todo o País.
Reconheceu que a “eclosão desses movimentos de massa surpreendeu a todos”, inclusive o movimento sindical que sempre realizou manifestações expressivas. Para entender melhor os dias de hoje, Artigas recorreu a um breve resgate histórico a partir da década de 80., destacando o grande movimento pela redemocratização com eleições diretas e década de 90, contra a corrupção pelo impeachment de Collor e contra o projeto neoliberal do ex-presidente Fernando Henrique.
Segundo ele, ainda nos anos 80, aconteceu a “consolidação dos movimentos sindicais, sociais e populares que se recompuseram com mais organização após o fim da ditadura militar (1964-1985)”. O grande marco desse avanço na garantia de direitos foi a promulgação da Constituição de 1988. A nossa Carta Magna assegura direitos civis e sociais, mas na prática, muita coisa está só no papel.
“Ainda continuamos lutando principalmente por direitos sociais, trabalhistas e humanos, principalmente nas áreas de educação, saúde, segurança, transporte coletivo, como expressam a maioria dos manifestantes que ocuparam as ruas do início de junho até o presente momento”.
De acordo com Artigas, os novos participantes dos atuais protestos compõem “uma massa heterogênea de grupos e indivíduos com reivindicações diversas, ampliadas a partir da luta pela redução das tarifas e melhoria do transporte coletivo, garantia da livre manifestação e contra a repressão policial”.
No final de sua análise, o cientista político José Artigas expõe a necessidade do movimento sindical e movimentos sócias redefinirem suas estratégias de mobilizações na perspectivas de assumir a hegemonia do processo de transformações sociais e econômicas, mantendo o referencial da luta de classes.
Como debatedor, o dirigente sindical Irineu Messias reforçou que “as principais bandeiras de luta sempre foram defendidas por nós ao longo das últimas décadas”. E acrescentou, de forma veemente, que “agora vamos às ruas, vestindo as camisas das nossas entidades e com coragem, para defender também nossas reivindicações específicas das categorias representadas pelo Sindsprev e pela CNTSS/CUT”.
A reunião da Direção Plena do Sindsprev prosseguiu com debate e com a definição de encaminhamentos imediatos, como a participação na paralisação e protestos, convocados pela CUT e demais centrais sindicais no dia 11 de julho e intensificação das reuniões nos locais de trabalho.
Reivindicações do Movimento Sindical
- 10% do PIB para a Educação;
- 10% do Orçamento da União para a Saúde;
- Qualidade nos serviços públicos;
- Fim do fator previdenciário;
- Valorização das aposentadorias;
- Negociação coletiva;
- Direito de greve;
- Realização de concursos públicos;
- Contra a terceirização e no serviço público (PL 4330)
- Transporte coletivo de qualidade;
- Mais verbas para os serviços públicos: educação, saúde, segurança...
- Contra a corrupção.
Depois da paralisação e dos protestos do dia 11 de julho, a direção do Sindsprev-PE alerta todos os servidores da nossa categoria a ficarem atentos e prontos para as próximas mobilizações.