Sindsprev exige apuração de golpe


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Dirigentes do Sindsprev-PE cobram agilidade na apuração do golpe de R$ 3 milhões contra a Geap e a punição dos falsários que vêm agindo em nome da Fundação. A maior preocupação é que essa fraude não traga prejuízos aos cofres da Fundação de Seguridade Social e nem recaia sobre os assistidos.

 

Em matéria publicada em julho, no Jornal Correio Braziliense, foi denunciado que a entidade, maior gestora de programas e planos de saúde para servidores federais, foi vítima de um golpe milionário. Uma conta paralela aberta por falsários na mesma agência do Banco do Brasil, no Sudoeste, na qual a Geap movimenta parte de seus recursos, recebeu R$ 3 milhões em repasses de patrocinadoras.

 

O dinheiro, dividido em dois, irrigou contas, também do BB, no interior de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Banco Central e Polícia Federal estão investigando. A Geap e o banco público informaram que, assim que a fraude foi descoberta, tomaram todas as medidas necessárias.

 

A engenharia por trás do esquema intriga as autoridades. Conforme as primeiras investigações, ofícios timbrados contendo a assinatura do diretor executivo Antônio Carlos Conquista foram encaminhados aos órgãos públicos. Esses comunicados pediam a troca da conta bancária, determinando que as contribuições fossem depositadas na suposta nova conta.

 

Documentos frios teriam sido usados para justificar a mudança perante a instituição financeira. Dados pessoais de gestores e informações sigilosas, também. A falha no sistema motivou uma revisão geral do modelo de gerenciamento dos recursos.

 

 

Em resposta ao Correio, o BB justificou que as apurações estão em curso e não forneceu mais detalhes. Já a Geap reforçou que a assinatura de Conquista foi adulterada e que dados ou documentações frios acabaram acobertando o crime. A fundação reforçou, no entanto, que não trabalha com a hipótese de ficar no prejuízo.

 

Segundo os administradores, o dinheiro que deixou de entrar nos cofres terá que ser ressarcido por alguém. A fundação também não revelou quais patrocinadoras depositaram o dinheiro referente à contribuição mensal que garante o atendimento dos associados na conta paralela.

 

Pacotes de assistência

Conhecida no país inteiro por oferecer pacotes de assistência médica a baixo custo para o funcionalismo, a Geap atualizou neste ano a sua tabela. O preço do GeapSaúde, por exemplo, passou de R$ 115,19 para R$ 116, 82.

 

O GeapClássico e o GeapEssencial ficaram mais baratos: o primeiro caiu de R$ 80,47 para R$ 78, 77, e o segundo, de R$ 68,01 para R$ 65,71 por beneficiário ao mês. O GeapReferência manteve-se em R$ 54,50 a cada assistido. Os órgãos públicos que têm convênio com a entidade desembolsam R$ 72 por pessoa por mês.

 

Criada em 1945, com o nome de Patronal, a Geap mantém atualmente 90 patrocinadores e cerca de 700 mil associados, sendo que quase a metade deles com 60 anos de idade ou mais — 524 completaram ou passaram dos 100 anos. Os planos oferecidos não fazem distinção de idade. Ao todo, a rede possui 25 mil prestadores de serviço.

 

Entidade fechada de previdência complementar sem fins lucrativos, a Geap atua como instituição privada, mas sofre com influências políticas. Em novembro do ano passado, a ex-diretora executiva Regina Parizi foi demitida do cargo para dar lugar a Antônio Carlos Conquista, ex-gerente de engenharia e administração da Petros, o fundo de previdência privada da Petrobras.

 

Auditoria - A Geap foi submetida no fim de 2009 a um rigoroso processo de auditoria interna. As atividades da fundação foram averiguadas sob a ótica de regras de controle apropriadas à gestão. A ex-diretora Regina Parizi colocou o cargo à disposição por discordar da forma como foram feitos os estudos, questionando os critérios adotados nas investigações e os resultados envolvendo gerências regionais da Geap. As investigações tiveram início em 2005 e vinham sendo discutidas pelo Condel, órgão máximo da entidade.

 

 

 

 

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