Senado vai aprovar reajustes para 450 mil servidores
O par de MPs (números 440 e 441) foi editado antes do recrudescimento da crise. A coisa já passou pelo crivo da Câmara. Passará também pelo do Senado.
Ninguém quer se indispor com o funcionalismo público. Críticos contumazes do excesso de gastos da gestão Lula, os oposicinostas PSDB e DEM recolheram as armas.
O blog ouviu, nesta segunda, 10/11, três grão-tucanos e dois pajés da tribo ‘demo’. Disseram que podem até fazer discursos de alerta. Votar contra, jamais.
As medidas provisórias da gastança salarial bloqueiam a pauta de votações do Senado desde a semana passada.
Os senadores precisam votá-las para chegar a outra medida provisória, a 442. trata-se da primeira MP anticrise baixada por Lula.
Autoriza o Banco Central a conceder empréstimos em reais e em dólar a bancos que freqüentam o cenário de crise de joelhos.
Antes de prover liquidez aos bancos, os senadores molharão os contracheques do funcionalismo.
A oposição parte de um raciocínio cômodo: se o governo propôs os reajustes, Lula que arque com o ônus de sobrestá-los, se quiser.
O problema é que a conta a ser espetada na bolsa da Viúva terá repercussões na administração do sucessor de Lula.
Os aumentos previstos nas duas MPs são escalonados. Começam em 2008. E vão até 2011.
O impacto financeiro da 440 é estimado em R$ 20,9 bilhões. Assim distribuídos: R$ 1,9 bilhão em 2008; R$ 4,7 bilhões em 2009; R$ 6,6 bilhões em 2010; e R$ 7,7 bilhões em 2011.
O custo da 441 é orçado em R$ 23,5 bilhões: R$ 1,5 bilhão em 2008; R$ 5,7 bilhões em 2009; R$ 7,4 bilhões em 2010; e R$ 8,9 bilhões em 2011.
A conta pode ser ainda mais azeda. Às vésperas da votação, o Senado ainda negocia a inclusão numa das medidas provisórias de categorias não contempladas.
Fonte: https://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2008-11-09_2008-11-15.html