Pressão da sociedade derrota pacote da governadora do RS


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A pressão dos trabalhadores, organizados pela CUT-RS, e a mobilização dos empresários e da sociedade derrotaram o “mentiraço” da governadora Yeda Crusius, durante sessão extraordinária realizada na última sexta-feira, dia 29 de dezembro, pela Assembléia Legislativa do RS. Por 28 votos a 24, os deputados rejeitaram a criação do Programa de Reestruturação das Finanças do Estado, o mais importante dos quatro projetos propostos pelo novo governo gaúcho, antes mesmo da sua posse.

Já o projeto que previa a manutenção do tarifaço de Rigotto (que subiu as alíquotas do ICMS de energia elétrica, combustíveis e telefonia, no final de 2004) foi recusado por uma maioria surpreendente de 38 votos contra dois. Além disso, haveria elevação em outras alíquotas de produtos considerados supérfluos, como cervejas e refrigerantes.

Durante toda a votação, as galerias da Assembléia se mantiveram lotadas, com representantes de trabalhadores, especialmente professores e funcionários públicos, e empresários. Vários diretores do SindBancários e da Federação dos Bancários do RS também estiveram presentes.

Segundo o líder da bancada do PT, deputado Flavio Koutzii, a presença física das pessoas no plenário demonstrou que o pacote uniu a sociedade inteira contra ele. “Foi um projeto sui-generis. Nem mesmo parlamentares da base de apoio da governadora sustentaram”, analisou. Até o vice-governador Paulo Afonso Feijó se posicionou contra as medidas.

Koutzii disse que nunca viu uma proposta se desmoronar tão rapidamente. Para ele, houve uma derrota política do novo governo. “Foi um fracasso que terá conseqüências. Os aliados foram se distanciando do projeto da governadora. Se certos sintomas autistas - de não olhar para o lado, de não conversar nem com seus aliados se mantiver -, o governo que inicia será um desastre”, avaliou.

Além da pressão nas galerias, a CUT-RS, em conjunto com o SindBancários e a Federação dos Bancários do RS, publicou na sexta-feira um apedido no jornal Correio do Povo, exigindo a rejeição do “mentiraço”. O texto lembrou que, na campanha eleitoral, Yeda e os candidatos a deputado não prometeram a manutenção do tarifaço de Rigotto, nem aumento de impostos, muito menos o congelamento dos salários de funcionários públicos.

Após o final da sessão, as entidades sindicais realizaram um ato público, na Praça da Matriz, comemorando a rejeição do “mentiraço” de Yeda. “Nós estamos de parabéns, mas precisamos ficar vigilantes e mobilizados, na defesa dos direitos dos trabalhadores e do projeto de Estado que investe em políticas públicas e é indutor de desenvolvimento”, assinalou o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski.

O diretor do SindBancários e da executiva estadual da CUT-RS, Everton Gimenis, ressaltou que, se Yeda mentiu ao propor o "mentiraço", também pode ter mentido em relação a outras promessas eleitorais, como a não privatização do Banrisul e das demais empresas públicas. “Por isso, temos que ficar atentos e mobilizados para impedir qualquer ataque ao patrimônio público”, afirmou.

Fonte: www.cut.org.br – 03/01/2007

SindBancários-RS com informações da Assembléia Legislativa

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