O sociólogo Emir Sader afirma que “O jovem não tem lugar no capitalismo”


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Para o sociólogo e professor Emir Sader, a América Latina é o continente, hoje, que mais resiste ao neoliberalismo. "Foi aqui que nasceu o modelo neoliberal, afirma, com as experiência no Chile de Pinochet e na Bolívia. Esse modelo se alastrou e devastou todo o continente". Emir Sader foi um dos palestrantes do 9º CONCUT.

Hoje, explica Emir Sader, trava-se uma luta entre o velho e o novo na América Latina, sendo o velho representado pelo modelo neoliberal que ainda sobrevive. Ele exemplifica isso, lembrando que nos últimos tempos, mais de dez governos caíram em nosso continente, não por golpes, mas em conseqüência das mobilizações dos movimentos sociais.
Situação hoje - Emir Sader acha que a CUT deve trabalhar numa linha de ruptura com o modelo neoliberal e criar o pós neoliberalismo. "É função da CUT e dos trabalhadores reivindicar um projeto de caráter anticapitalista ." Para ele, as duas grandes tragédias do neoliberalismo são a financeirização da economia e a informalização dos trabalhadores. Informalizar é a precarização e a expropriação de direitos.
"Quem está na economia informal não é cidadão, é excluído socialmente, está dentro da sociedade, mas sem direito." Exclusão que atinge os jovens pobres da periferia, lembra o sociólogo. "A maioria continua a viver do trabalho e a trabalhar mais do que antes, por isso, é preciso organizar esse subproletariado jovem, que compõem os excedentes do capitalismo, por isso, são chacinados. O jovem não tem lugar no capitalismo!".
A CUT, segundo Emir, precisa organizar essa imensa força de trabalho no país. Para ele, não existe o fim do trabalho, o que o neoliberalismo pretende é o fium do emprego formal. Para impor seus preceitos, o capitalismo age através da propaganda, passando um estilo de vida e de valores aos jovens, mas que estes jovens não podem ter.
Pós-neoliberalismo - "Para passar do neoliberalismo para o pós neoliberalismo, com um modelo voltado para as preocupações sociais, é preciso unificar a resistência ao neoliberalismo", defende Emir Sader. Para isso, é preciso intensificar a formação sindical e social, ampliar a democracia e pressionar para um segundo mandato de Lula com uma característica nitidimente antineoliberal.
Fonte; www.cnq.org.br – 09/06/2006

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