Filósofo italiano prega a construção de uma representação revolucionária dos trabalhadores


icone facebook icone twitter icone whatsapp icone telegram icone linkedin icone email

Durante palestra no 9º CONCUT (Congresso Nacional da CUT), O filósofo italiano ressaltou que as mudanças no mundo do trabalho são um fenômeno mundial. Que hoje observamos a crescente redução da hegemonia da classe operária, por conta de novas formas de domínio, com a implantação de novas tecnologias e o avanço da globalização. Portanto, é neste novo patamar que se deve dar a reorganização da classe operária na sociedade pós moderna.

"A própria concepção de governo está mudando. Alteram-se as estruturas do governo nacional que detinha o monopólio do exercício da soberania e impunha uma relação vertical e lineraridade de dominação. Hoje, as novas formas de governo não são mais verticais, mas sim construídas como um processo mundial", explica Antonio Negri.

Isso, segundo ele, leva obrigatoriamente a que se repense a organização sindical, exigindo que os sindicatos trabalhem não apenas em nível corporativo, mas que ampliem a área de atuação, para dar uma resposta aos novos desafios.

"Hoje o problema não é só sindical, mas de todas as formas de resistência da sociedade que precisam ser alteradas." O sindicato não pode colocar-se apenas como uma figura de representação das corporações,m mas também de representação dos movimentos sociais. S

egundo ele, com as mudanças no mundo do trabalho, a classe operária, que vivia amontoada nas periferias, viu-se excluída do processo capitalista. Isso atingiu os trabalhadores e suas famílias e filhos, criando o que ele define como "os jovens apartados da periferia".

Trata-se, ele ressalta, da exclusão da força de trabalho. O caso francês mostra que os sindicatos hoje não podem se contentar em defender apenas o trabalhador empregado, mas sim realizar ações em defesa da sociedade.

"O sindicato tem a possibilidade de exercer um contrapoder e construir uma articulação contínua , transformando o processo de transição para o socialismo na luta central." Trata-se de ampliar a luta reivindicatória por direitos, num movimento da sociedade, tendo como base a a construção de uma hegemonia efetiva , o que , segundo o filósofo italiano, já começa a ocorrer com o sindicalismo no Brasil.

O filósofo italiano destacou ainda que é muito importante que, nas discussões travadas no congresso da CUT , se leve em conta a correlação de forças no plano mundial e que os sindicatos pensem em abrir um espaço de articulação com os movimentos sociais para debater e influir no processo de transição para além do capitalismo.

"O debate, conclui Antonio Negri, possui dois pontos centrais: discutir uma representação revolucionária de todos os trabalhadores da sociedade e construir uma alternativa, dentro das atuais relações sociais, de um novo socialismo "

Fonte: www.cnq.org.br – 08/06/2006

« Voltar