Greenpeace escala artistas para defenderem a Amazônia


icone facebook icone twitter icone whatsapp icone telegram icone linkedin icone email

Carta Maior perguntou qual a motivação para participarem desta campanha a Nando Reis, João Gordo e Serginho Groismann, os três artistas que viraram goleiros para defender a Amazônia durante este mês do Meio Ambiente e de Copa do Mundo. (Eduardo Carvalho - Carta Maior)

Para celebrar o dia do Meio Ambiente, nesta segunda-feira, dia 5 de junho, o Greenpeace lança um projeto intitulado “Greenpeace na Copa do Mundo, em defesa da Amazônia” com campanha publicitária que mostra artistas brasileiros de bastante visibilidade vestidos de goleiro para defender a Amazônia.

Trata-se de uma espécie de trocadilho publicitário que se aproveita do clima instalado no país pela proximidade da Copa do Mundo de Futebol para voltar ao tema da necessidade de defesa do patrimônio biológico da maior floresta tropical do planeta.

A idéia do programa é promover atividades estimulando o público a se colocar na posição de goleiro para defender a Amazônia do “ataque” de seus principais inimigos, que desmatam ilegalmente esse grande patrimônio brasileiro.

Para esta campanha, o Greenpeace lançará peças publicitárias com a temática da Copa do Mundo, que contam com um spot de rádio com a voz de José Silvério, um dos principais locutores esportivos do Brasil, um filme de 30’ para TV e anúncios com a participação dos apresentadores Serginho Groissman e João Gordo e do músico Nando Reis. O material foi desenvolvido pela agência ATB Comunicações.

João Gordo, em conversa com a Carta Maior, lembrou que, na raiz do movimento punk, sempre em oposição ao poder, quase sempre na mãos dos próprios exploradores de recursos naturais, a questão ecológica é central e, por isso, teve muito prazer em fazer a campanha abrindo mão do cachê.

Depois de uma declaração bem ao seu estilo, sempre escatológico e conciso, sobre o desmatamento da Amazônia, a respeito do qual declarou “essa merda é uma bosta mesmo”, João Gordo completou aliando-se à causa: “a gente precisa fazer alguma coisa para não rolar a americanização total da Amazônia. A gente tem esta consciência há uma cara, tem uma música do Ratos de Porão, de 1989, que chama “Amazônia Nunca Mais” (leia a letra no final desta reportagem) e que falava disso já naquela época. Por isso, resolvi filmar as paradas e fazer as fotos, para dar uma força nessa luta”.

Serginho Groisman, em conversa com Carta Maior declarou que ficou muito motivado em participar da campanha. "Não só pela credibilidade do Greenpeace, mas também pela sempre presente necessidade de ficar martelando as questões ambientais do pais e do mundo". A respeito do oportunismo de usar a copa como tema subjacente na campanha, Serginho achou que "uma boa maneira de fazer campanhas deste tipo é exatamente vinculando a causa a fatos de grande repercussão e visibilidade como a Copa do Mundo". Completou declarando que esta participação, assim como outras de que sempre faz parte, como a recente campanha do Sou da Paz, é uma forma saudável de exercitar sua cidadania.

Nando Reis, por sua vez, em e-mail enviado à Carta Maior, falou de sua motivação para participar da campanha e ressaltou que "a coisa mais importante para o mundo hoje é a preservação do meio ambiente e não há nada que assuste mais do que a devastação da Amazônia."

As peças gráficas da campanha trarão as fotos dos artistas em pose de goleiro, devidamente uniformizados (veja álbum de fotos do making of), acompanhados do seguinte texto: “Está na hora de jogar na defesa pela Floresta Amazônica. A cada minuto, uma área equivalente a seis campos de futebol é desmatada na Amazônia. Um Absurdo! Por isso, convocamos você e todos os brasileiros a defender nossa floresta. Entre em campo com o Greenpeace e ajude a virar este jogo”.

O projeto é acompanhado de eventos públicos que acontecem simultaneamente nas cidades de São Paulo, no shopping Frei Caneca, em Belo Horizonte, no Parque das Mangabeiras, e Porto Alegre, no Parque Farroupilha. O Greenpeace montou um espaço de 30m² que simula um meio-campo de futebol com trave e marcações. Quem quisesse podia posicionar-se “literalmente” na defesa, entrando em campo com camisa de goleiro e luvas para defender a Amazônia. Todos os que participaram receberam um brinde.

Também foi montada no local uma exposição de fotos com os problemas, ameaças e soluções para a Floresta Amazônica. Os eventos devem se estender a outras cidades próximas destas capitais durante os meses de junho e julho.


AMAZÔNIA NUNCA MAIS
Ratos de Porão
Composição: João Gordo

A mãe terra não é de ninguém
Assim dizia quem morava aqui
A mata virgem é força do bem
E os animais, vida e razão.
Mas o homem branco
Com seu sujo poder
Escravizou e prostituiu
Se aproveitou da pura inocência
Dos verdadeiros filhos do Brasil
MORTE!!!
Para quem defende o verde e os animais
DOENÇAS!!!
Misérias, queimadas, devastação
Por que ninguém faz nada para os deter?
CUIDADO!!!
Senão, Amazônia nunca mais!!
O mundo depende do inferno verde
O mundo depende do inferno verde
O mundo depende do inferno verde
O Guarani e Hino da Morte
Para índios, árvores e animais
O fogo queima tudo que sobrou
Infelizmente, Amazônia nunca mais!

Fonte: www.cartamaior.com.br – 05/06/2006

« Voltar