Ativistas do Greenpeace são presos em ação contra a Cargill no PA


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Doze ativistas do Greenpeace que fizeram uma manifestação no porto da empresa Cargill em Santarém, PA, foram presos na manhã desta sexta (19). A Cargill é a maior produtora e exportadora de soja na Amazônia, e é acusada pela ONG de ser a principal responsável pelo desmatamento da floresta e pela desagregação social das comunidades tradicionais. (Verena Glass - Carta Maior)

SÃO PAULO – Doze ativistas da ONG ambientalista Greenpeace foram presos na manhã desta sexta (19) em Santarém, PA, após uma manifestação contra a exportação de soja amazônica para a Europa

Desde que divulgou, no início de abril, os resultados de uma extensa pesquisa sobre os efeitos da expansão da soja sobre a floresta amazônica, a campanha Amazônia da ONG ambientalista Greenpeace vem realizando uma série de debates e ações na região de Santarém, principal foco do agronegócio sojeiro no Pará em função da presença da empresa multinacional Cargill. Maior investidora na monocultura da soja no estado, a empresa construiu na cidade um porto graneleiro que, por descumprimento da legislação ambiental, é considerado ilegal pelos ambientalistas e pelo Ministério Público Federal.

ATIVISMO
Depois de percorrer a maioria dos portos brasileiros, partindo de Porto Alegre o navio do Greenpeace MY Arctic Sunrise chegou a Santarém no último dia 11 com uma equipe de ativistas nacionais e internacionais para uma série de manifestações pacíficas contra a Cargill e a cadeia da soja. A embarcação veio reforçar as atividades da entidade, que está no município desde o início de maio em debates com as comunidades ribeirinhas e camponesas da região sobre os impactos socioambientais destrutivos da produção de grãos para a exportação.

Desde que começou a combater a cadeia da soja na Amazônia paraense, o Greenpeace passou a ser alvo de protestos de sojeiros em Santarém. Essa semana, as reações recrudesceram com a chegada do barco da ONG e a realização de várias atividades na cidade, inclusive com ataques físicos a ativistas e jornalistas que estão cobrindo as ações.

Na manhã desta sexta, por volta das 8:00 h, o Artic Sunrise bloqueou a entrada do porto da Cargill e cinco ativistas escalaram as torres que descarregam a soja das balsas nos silos da empresa para fixar banners de protesto contra o desmatamento da floresta. Funcionários da Cargill reagiram imediatamente, atacando os ativistas com jatos de água, e uma americana foi derrubada no rio e se feriu. Com a intervenção da Polícia Federal, doze ativistas foram presos.

REAÇÕES
Segundo o Greenpeace, a maior preocupação agora é com a segurança dos ativistas, já que, logo após à prisão, “cerca de 40 sojeiros estiveram na porta da PF ameaçando os ativistas do Greenpeace, mas foram dispersados pela polícia”. De acordo com a nota divulgada pela ONG no final da manhã, um outro grupo invadiu também o Arctic Sunrise, que está ancorado no porta da Cargill, “e, neste momento, a polícia está tentando removê-los do navio. Além disso, outros sojeiros no cais já fizeram repetidos atentados atirando pedras, paus e fogos de artifício no navio”.

Fonte: www.cartamaior.com.br – 19/05/2006

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