Demissões na Volks


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Demissões na Volks

O anúncio de 6 mil demissões feito pela Volkswagen na quarta-feira (3) caiu como uma bomba no chão da fábrica, com os trabalhadores reagindo imediatamente. Convocados pelos Sindicatos, os operários vêm engrossando o movimento de resistência.

Em São Bernardo, estão previstas 3.672 demissões nos próximos três anos, com início já em novembro - quando vence o acordo de garantia de emprego – e mais 2.101 em Taubaté e Curitiba. Após este período, a multinacional alega a necessidade de fazer uma “reestruturação” para cortar 25% dos custos, o que inclui, entre outros abusos, a terceirização em massa e muitas horas extras.

Em resposta à proposta indecente da empresa, os trabalhadores aprovaram na mesma quarta-feira, em assembléia conjunta no pátio da unidade Anchieta, em São Paulo, ampliar a pressão contra o facão.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, rechaçou o comunicado da multinacional: “é inaceitável um projeto dessa natureza”. Segundo ele, “a luta deverá ser longa, muito dura e de resistência, pois estamos enfrentando um pesado ataque do neoliberalismo em escala mundial”.

RESPOSTA - Feijóo lembrou que o grupo Volks pretende demitir outros 20 mil trabalhadores na Alemanha, além de fechar outras plantas como a de Navarra, na Espanha. Diante do processo de reestruturação irracional e indiscriminado como o proposto, frisou, “a luta não pode ser isolada, precisamos dar uma resposta mundial”. O dirigente metalúrgico anunciou que levará ao Encontro Mundial dos Trabalhadores na Volks, que inicia na próxima segunda-feira (8), na Alemanha, uma proposta de articulação mais efetiva entre as entidades, já que a multinacional vem tentando aterrorizar seus funcionários com o objetivo de que aceitem pacificamente as demissões.

LUTA – “Precisamos definir um plano de lutas consistente, que só será vitorioso se todos vestirem a camisa desta que será uma verdadeira guerra”, frisou Feijóo, lembrando que “a orientação geral no momento é dizer não à hora extra e avisar o pessoal da Comissão de Fábrica onde houver pressão da chefia”.

Ainda esta semana haverá um encontro das Comissões de Fábrica e sindicalistas das plantas da Anchieta, Taubaté, Curitiba e São Carlos para definir uma atuação comum de resistência às imposições da Volks.

Quanto às alegações da multinacional de que as demissões seriam feitas em função da sobrevalorização do real, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reagiu: "não me parece que é o câmbio, senão não estariam demitindo na Alemanha". Marinho declarou que irá procurar dialogar com os Sindicatos e com a empresa para saber como o governo poderá ajudar na resolução do impasse.

Empréstimo do BNDES – Outro fator que desbanca qualquer argumentação da multinacional é o financiamento autorizado pelo BNDES, em 18 de abril deste ano, à Volks, no valor de R$ 497,1 milhões – valor que corresponde a 54% do investimento autorizado de R$ 920,9 milhões. Na ocasião, o banco estatal afirmou que o financiamento destinava-se à “expansão da produção dos veículos Fox e CrossFox” e permitiriam ampliar as exportações de veículos brasileiros.

Após obter o financiamento, a empresa anunciou a demissão de milhares de trabalhadores.

Com informações da Tribuna Metalúrgica

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