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Carol Rodrigues
e Késia Souza

Mais um confronto marcou, na tarde do dia 21/03, a greve dos servidores estaduais da saúde. Desta vez, o palco foi a Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), para onde os grevistas se dirigiram depois de sair em passeata do Hospital da Restauração (HR). Cerca de seis mulheres disseram que foram agredidas pelos policiais militares da casa, que tentaram impedir a entrada dos manifestantes no plenário da Alepe.

O último tumulto aconteceu no primeiro dia da greve, dia 13/03, quando policiais do Batalhão de Choque (BPChoque) foram acionados para garantir o acesso de pacientes ao Hospital Barão de Lucena (HBL).

Os manifestantes foram pedir o apoio dos parlamentares na intermediação das negociações, que até agora não avançaram. “Nós chegamos e tentamos entrar. Eles fizeram uma barreira e ficaram nos empurrando, um deles usou até o cacetete. Eu pedi que ele não me agredisse, pois estou operada na barriga”, relatou Nanci Santos, do Sindicato dos Servidores de Saúde (Sindsaúde).

As mulheres pretendem prestar queixa junto à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) hoje. Às 14h, os servidores se concentram no HR e, amanhã, realizam uma assembléia geral para definir os rumos do movimento.

Os deputados da oposição prometeram se reunir com integrantes da bancada governista da Alepe, o presidente da Alepe, deputado Romário Dias, com os titulares da Secretaria da Fazenda (Sefaz), Maria José Briano, e da Secretaria de Administração e Reforma do Estado (Sare), Maurício Romão.

Engrossando a mobilização, o Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais (Sindserp) realiza uma greve de advertência de 24 horas, podendo estender para uma paralisação geral por tempo indeterminado. Os funcionários do Detran prometem radicalizar.

“Vamos fechar os portões e talvez fazer uma passeata até a Caxangá. Esperamos um chamado do Governo para discutir as propostas que apresentamos (ontem) para Júlio Jonas (assessor técnico da Sare)”, disse o presidente da Associação dos Servidores do Detran, Fernando Coelho.

Os policiais civis também permanecem parados. A categoria realiza uma mobilização em frente ao Instituto de Identificação Tavares Buril a partir das 8h, e nova assembléia geral na sede do sindicato, às 19h. As categorias paralisadas queixaram-se da falta de apresentação de novas propostas por parte do Governo.

A Sare informou, através da assessoria de imprensa, que o Governo passou o dia de ontem reunido com representantes dos servidores, ouvindo as reivindicações de cada categoria, e hoje dará um posicionamento sobre os pleitos.

Folha de Pernambuco, 22/03/06
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