Novembro Negro um mês para refletir reconhecer e fortalecer a luta contra o racismo


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Novembro é mais do que um mês no calendário: é um chamado à reflexão, ao reconhecimento e à ação. À medida que nos aproximamos do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, revisitamos a história de luta e resiliência da população negra no Brasil, um país que ainda enfrenta, diariamente, as consequências do racismo estrutural em todas as suas esferas – social, econômica, cultural e, também, sindical.

A data, que homenageia Zumbi dos Palmares, líder quilombola que simboliza a resistência negra, não é apenas uma celebração; é um lembrete das vidas negras que foram apagadas e das vozes que ainda hoje são silenciadas. Como afirmou a escritora e ativista Angela Davis: "Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista." Este é um compromisso que todos devemos assumir para combater as injustiças e desigualdades que persistem.

A importância da Consciência Negra nos espaços de trabalho

Em um país onde a maioria da população é negra, ainda é uma dura realidade constatar que as oportunidades e os direitos não são iguais para todos. Dados recentes revelam que a desigualdade no mercado de trabalho atinge principalmente trabalhadores negros, que enfrentam maiores índices de desemprego, menores salários e condições de trabalho mais precárias. No ambiente sindical, nossa missão é redobrar o compromisso com a luta por igualdade de condições, dignidade e respeito para todos. Afinal, como nos lembra Lélia Gonzalez, filósofa e ativista brasileira: "A questão racial está no coração da questão social."

Este mês, além de lembrar das conquistas históricas e das lutas que garantiram avanços nos direitos trabalhistas e sociais, temos de fazer uma autocrítica. Precisamos refletir sobre o papel do movimento sindical na promoção de um ambiente de trabalho mais inclusivo e igualitário. Sindicatos de todas as categorias têm a responsabilidade de liderar pelo exemplo, promovendo campanhas de conscientização e estabelecendo políticas internas que reconheçam e respeitem a diversidade racial.

O Novembro Negro é um momento para ouvir as experiências dos trabalhadores negros e promover o entendimento sobre como o racismo se manifesta de forma sutil e, muitas vezes, devastadora nas relações de trabalho. Quer seja no preconceito implícito nas promoções, nas piadas inapropriadas que ainda ressoam nas salas de descanso ou no olhar desconfiado que ainda persegue tantos profissionais negros, o racismo precisa ser combatido com urgência e clareza. Como bem disse o ativista Malcom X: "Não posso respeitar quem não se respeita. Em todas as nossas ações, precisamos nos respeitar e nos valorizar."

Fortalecer a luta e construir um futuro sem racismo

Este mês deve nos impulsionar a questionar: que tipo de legado estamos construindo para as futuras gerações? A transformação que buscamos só será possível se todos os setores da sociedade – sindicatos, empresas, governo e a sociedade civil – trabalharem juntos para enfrentar o racismo de maneira ativa. É preciso investir em formação, em projetos que promovam a inclusão e na valorização das vozes negras dentro e fora dos espaços de trabalho.

O Dia da Consciência Negra nos inspira a ser mais do que observadores passivos da luta. Como lembrou Martin Luther King Jr.: "A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar." Que sejamos aliados ativos, engajados e dispostos a repensar práticas, ouvir experiências e questionar preconceitos. Em memória de Zumbi dos Palmares e de todas as vidas negras que fizeram e continuam fazendo história, que cada um de nós seja um agente de mudança, para que um dia possamos olhar para o passado e ver que conseguimos construir um país mais justo, inclusivo e igualitário.

Consciência Negra é um compromisso de todos.

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