A Revolta dos Malês e os sinais da resistência negra antes mesmo da abolição


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No dia 25 de janeiro de 2024 a Revolta dos Malês, que aconteceu na cidade de Salvador - BA, completou 189 anos. Uma data que o Sindsprev, junto à Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS), fez questão de relembrar porque ela marca a história da maior revolta de negros e negras escravizados no País. 

Apesar do Brasil ser majoritariamente negro, com 54% da população negra, sua desigualdade racial é destaque em todas as estatísticas, seja no mercado de trabalho, na distribuição geográfica, na escolaridade, nas questões de gênero, no tratamento da polícia ou em diversos outros fatores. Pernambuco, composto 62% de pretos e pardos, também é o reflexo do racismo, somente em 2022, todas as pessoas mortas pela Polícia Militar no Recife foram negras. 

A Revolta dos Malês registrou a morte de mais de 70 escravizados, seja por afogamento, quando estes tentavam fugir atravessando o mar a nado, ou quando foram capturados. Contudo, foi a primeira grande revolta do povo negro no Brasil e abriu portas para o combate ao racismo religioso, implantado pelos abusos e imposições da igreja católica, bem como instigou a abolição da escravatura e o fundamento de uma república islâmica no Nordeste do País. Se destaca pela luta por direitos iguais de acesso ao trabalho e à educação e pela liberdade, bem como pela mostra de resistência do povo preto que em nada se conformava com a posição de subalternidade.

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