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Por: Martihene Oliveira

No dia 25 de Julho é comemorado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, data celebrada desde 1992, a partir do encontro de mulheres que aconteceu na República Dominicana em busca de fortalecer a luta contra o racismo e o machismo. No Brasil, essa data também celebra o Dia de Tereza de Benguela, líder quilombola que, no Século XVIII, por 20 anos, dirigiu o Quilombo Quariterê, no Mato Grosso, abrigando negros e indígenas refugiados, e fez dele um parlamento, após a morte de seu marido José Piolho. 

No próximo domingo, dia 30 de julho, o Sindsprev-PE vai realizar um encontro com mulheres negras no Centro de Formação e Lazer (CFL) a partir das 10h. A frase destaque do ano é da filósofa Djamila Ribeiro: “Minha luta diária é para ser reconhecida como um sujeito, impor minha existência em uma sociedade que insiste em negá-la.” 

Nos serviços públicos de todas as esferas, as mulheres, segundo o IBGE de 2019, são 57,8%. Isso por causa do número de professoras e enfermeiras, profissões exercidas majoritariamente por elas. Só nestes grupos, a representatividade feminina é de 40%. Quando as três esferas se fragmentam,  enquanto a municipal abriga 66% desse grupo, a federal concentra apenas 37,2%. Se o assunto for renda, apenas 57,8% das servidoras municipais recebem até R$2.500, enquanto que entre as servidoras federais o percentual de mulheres com salário até esse valor é de 9,5%.

Mas se a força feminina é pouco representada no funcionalismo, quando se trata da mulher negra, ela também não ocupa as melhores estatísticas. Os dados da interseccionalidade existente entre gênero e raça no setor federal apontam que os homens brancos ocupam 32,2%; os negros, 29,8%; as mulheres brancas, 22,5%, já as negras, são 14,2%. No Conselho Nacional de Justiça, por exemplo, em 2018 foi registrado que o número de magistradas brancas era de 38% enquanto que as pretas ocupavam 18% dos cargos. Em relação ao serviço civil, as brancas com nível superior ocupam 28,8% dos cargos enquanto as negras com o mesmo nível de escolaridade ocupam 11,7%. Em cargos de mais alta hierarquia, mulheres negras são apenas 1,3%.

No dia do encontro de mulheres negras do Sindsprev, vai acontecer uma roda de conversa com servidoras públicas federais da Saúde e do INSS para discutir “a luta por direitos das mulheres negras nos serviços públicos”, o evento também conta com uma feira de artesanato, serviços de beleza, muita música e roda de coco. 

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