Geap faz mudanças estratégicas para atender realidade financeira de servidores e lança programa de negociação de dívidas


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Por Martihene Oliveira | Sindsprev-PE

Dr. Caio Mário Mello - Gerente Estadual da Geap-PE

Que os preços dos planos de saúde oferecidos pela Geap aos servidores públicos possuem um péssimo histórico de desconforto nos bolsos dos beneficiários, isso não é novidade. O gerente da Geap Pernambuco, Dr. Caio Mário Mello, em entrevista para o Sindsprev-PE, admite: “é por este motivo que muitos optaram por cancelar seus convênios, foram 4 anos sem reajuste e quando isso veio à tona, doeu no bolso do trabalhador”.

O Dr. Caio Mário Mello retomou a gestão da Geap-PE em fevereiro de 2023 após ter saído em outubro de 2018. Na manhã da segunda-feira (19), ele abriu sua sala e a transparência da entidade para uma conversa com a equipe de imprensa do nosso sindicato. O gerente afirmou que a instituição perdeu, com a gestão anterior, quase 10 mil vidas, isso porque em seu retorno, encontrou um número bem menor do que havia deixado.

O gestor fez uma análise da real situação da Geap: “Por que os nossos beneficiários estão saindo do nosso plano? Por causa dos reajustes absurdos que fizeram, sem trabalho humanizado e nem planejamento. Foram quase quatro anos sem reajuste nenhum. No ano passado tivemos uma perda de mais de 100 mil vidas no plano nacional. O nosso presidente, Douglas Figueiredo, foi atrás de novas vidas e esse ano já conquistamos 15 mil em quatro meses”, afirmou. 

Perguntado sobre as estratégias que estão sendo tomadas para gerenciar a crise da entidade, o gestor acrescentou que a maior parte da perda foi por falta de pagamentos, “então fomos nos preparando e buscamos planos mais realistas com a faixa salarial dos servidores. Ampliamos nosso leque de prospecção de servidores e já atuamos também com estaduais, municipais e servidores do judiciário. Estamos fazendo um trabalho muito forte nos TRE 's de todo o Brasil e também em algumas prefeituras do país. Uma das nossas estratégias é buscar novas vidas, manter as que já existem e resgatar as vidas inadimplentes que infelizmente perdemos por causa desses reajustes absurdos. Plano de saúde só existe com vidas, precisamos buscar a sobrevivência financeira”.

Segundo o Dr. Caio, manter estas vidas é uma tarefa difícil, principalmente porque a maior parte dos beneficiários é de idosos (60%), ele também comentou sobre a falta de concursos públicos: “Há quanto tempo que a população aguarda por eles? Agora que estão sendo abertas 2 mil vagas do INSS em todo o país. Quando analisamos as vagas que temos para o nosso estado é algo em torno de 100. Esse é o número de beneficiários da Geap-PE que morrem por velhice no mês”, lamenta.

Ele agradeceu a abertura de diálogo com o Sindsprev e pontuou o interesse de ambas as entidades em contemplar as necessidades dos servidores: “a essência da Geap está nos servidores públicos, ela só existe por isso. Sabemos que a saúde do Brasil ainda é muito carente, o SUS, apesar de ser um sistema excelente, reconhecido como um dos melhores do mundo, ainda não dá para atender a todos. A Geap tem que fazer a sua parte e a parte que cabe a ela é atender aos servidores públicos”, concluiu. 

Nos últimos quatro meses, diversas visitas do Sindsprev foram realizadas à instituição como forma de manter uma relação direta entre o servidor e a entidade a fim de atender as demandas de planos de saúde do mesmo. Para o secretário geral do Sindsprev, Irineu Messias, a abertura do diálogo com a Geap é importante, tendo em vista que na gestão anterior isso não acontecia, “coisas simples que tentávamos resolver, como tirar dúvidas de filiados, problemas de rede e outras questões e não tínhamos essa liberdade e nem proximidade com a gestão para atendermos aos servidores que tanto sofrem. Entendemos que a Geap ainda precisa dar um passo a mais, mas a iniciativa de refinanciamento das dívidas dos servidores, não resolve os problemas que os servidores têm em relação ao plano, mas pelo menos alivia”. 

O secretário também fez menção à real situação dos servidores federais em relação à alíquota dos planos de saúde, “os servidores vêm pagando 90% do plano e o governo paga apenas 10%,historicamente as entidades nacionais, entre elas a CNTSS, lutam para que a União pague ao menos 50%, essa luta permanece pois com os salários achatados os servidores não irão conseguir pagar os seus planos de saúde”, concluiu.


Programa Dívida Zero da Geap

Quando o assunto é negociação dos débitos, a Geap desenvolveu o Programa Dívida Zero para resgate dos beneficiários inadimplentes que não tiveram condições de continuar no plano por questões financeiras. Nesse plano, as pessoas terão a opção de pagar 50% de suas dívidas e se isso for feito à vista, Dr. Caio explica que a pessoa adquire direito à isenção em todos os encargos e ainda pode dividir o restante em 36 parcelas mínimas de 100 reais. O programa oferece a modalidade de 50%, 30% e 10% e a partir do primeiro pagamento, o plano é reativado novamente. Um outro detalhe é que o beneficiário pode mudar de grupo, por exemplo: se antes de estar inadimplente ele pertencia ao Geap Família, plano que também atende familiares e agregados dos servidores, mas agora, após a negociação, deseja migrar para o Geap Saúde II, opção que atende apenas ao titular beneficiário, ele pode fazer isso sem problemas. 

Outra novidade é que agora existe a ampliação do rol familiar, ou seja, o beneficiário pode inserir mais agregados ao plano que não precisam ser dependentes diretos do mesmo, como sobrinho, avô, primo, genro, etc. Vale ressaltar que se antes o servidor recebia o desconto do plano de saúde dos seus agregados em sua folha de pagamento, hoje, os valores são pagos em boletos, com cada dependente responsável pelo seu vencimento.

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