Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é destaque no Sindsprev
O Dia 25 de julho é celebrado internacionalmente como o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a celebração que já acontece há 30 anos, foi criada em 1992 no 1º encontro de mulheres afros latino-americanas que ocorreu na República Dominicana.
Aqui no Brasil, é dia de Tereza de Benguela, mulher líder, quilombola que resistiu à escravidão com seu quilombo Quariterê, no Mato Grosso, que abrigava mais de 100 negros e indígenas.
Tereza navegava com barcos imponentes pelos rios do pantanal. E todos a chamavam de “Rainha Tereza”. O território do Quariterê era de difícil acesso e isso foi fundamental para que ela construísse uma fortaleza ao ponto de articular um parlamento para decidir em grupos as ações da comunidade.
Sendo assim, comandou a estrutura política, econômica e administrativa do território, e fortaleceu o sistema de defesa da comunidade através da negociação. Ela trocava armas com os brancos e ainda transformava os objetos de ferro que eram usados contra seu povo em ferramentas de trabalho, já que dominavam o uso da força.
“Governava esse quilombo a modo de parlamento, tendo para o conselho uma casa destinada, para a qual, em dias assinalados de todas as semanas, entrava os deputados, sendo o de maior autoridade, tipo por conselheiro, José Piolho, escravo da herança do defunto Antônio Pacheco de Morais, Isso faziam, tanto que eram chamados pela rainha, que era a que presidia e que naquele negral Senado se assentava, e se executava à risca, sem apelação nem agravo.” - Anal de Vila Bela do ano de 1770.
Neste mês de julho, o Sindsprev Pernambuco aproveitou o momento para dar mais visibilidade às mulheres pretas servidoras públicas federais que são filiadas ao sindicato. Os dias 23 e 24, foram marcados por uma exposição fotográfica de 50 mulheres pretas que acompanhou atrações musicais com mulheres pretas no comando, uma série de documentários com o título “História de uma servidora na memória de uma mulher preta”, oficina de tranças, parceria com a Feira das pretas e outros movimentos sociais, espaço de beleza, apresentação de fantoches com abordagem para história com temática racial, carimbó, dentre outras atividades.
Para Iacelys de Carvalho, diretora da Secretaria de Políticas Sociais e Culturais do Sindsprev, estar à frente da organização do evento participando como agente de transformação foi fortalecedor: “como mulher preta, eu entendo que a representatividade que aparece nesses espaços é importantíssima para a nossa raça e gênero. Mulheres pretas abrem portas para outras mulheres pretas e isso é uma coisa muito singular e pessoal. Percebi que cada mulher que se viu na exposição fotográfica das 50 pretas, se viu representada em um espaço da política, do trabalho e da vida”, afirmou.
Também participaram do evento, a presidente do Movimento Negro Unificado, Marta Almeida, a secretária da mulher do SindMetal, Jéssica Alves e representantes de coletivos e outras entidades.