Ministros Militares tiveram rendimentos altíssimos após portaria emitida por Bolsonaro


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O governo Bolsonaro registrou o salário mínimo com menor poder de compra desde 1994, e o que também vem à tona nos últimos dias é que os ministros militares desse mesmo governo receberam valores altíssimos em seus salários depois que o presidente emitiu uma portaria que beneficia diretamente esse grupo. Além deles, também estão ex-integrantes das Forças Armadas que passaram em concursos públicos e se tornaram auditores-fiscais ou professores universitários depois que deixaram a Aeronáutica, o Exército ou a Marinha.

Editada em abril do ano passado, a portaria do governo beneficia com altos rendimentos mensais o próprio presidente, o vice general Hamilton Mourão (Republicanos), ministros militares e um grupo restrito de cerca de mil servidores federais que tinham desconto na remuneração para respeitar o teto constitucional, de R$ 39,3 mil, que é o salário dos ministros do Superior Tribunal Federal (STF).

 

Enquanto servidores públicos civis lutam pela reposição da inflação de 19,99%  após cinco anos sem reajuste de salário, e com quase 40% de perdas de poder de compra, os aliados do presidente tiveram à sua disposição até R$78,6 mil por mês. 

O maior valor ficou com o general Luiz Eduardo Ramos, que é ministro da Secretaria-Geral, segundo afirma Folha de S. Paulo. Nos últimos 12 meses, desde que a portaria foi publicada, ele recebeu R$ 874 mil. Se o teto salarial tivesse sido aplicado, ele receberia R$ 350,7 mil a menos em seu contracheque.

De acordo com a Constituição, a remuneração para cargos públicos, pensões e outras vantagens não pode exceder o salário dos ministros do STF. A portaria do governo Bolsonaro, driblou a Constituição ao criar uma espécie de teto duplo. Ela estabelece que o teto será aplicado para cada rendimento e não mais para a soma de tudo que a pessoa recebe do governo federal. Com isso, militares da reserva puderam somar as aposentadorias aos seus salários da ativa.

 

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