INSS reconhece falta de servidores no órgão mas governo não dá perspectiva de concurso
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal questionou o INSS sobre a demora na concessão de benefícios. Atualmente, há mais de 1,7 milhão de pessoas na fila da previdência. Segundo o próprio INSS, o maior número gira em torno de benefícios assistenciais, como o BPC, com o total de 757.566 pedidos em análise.
Em resposta ao STF, o órgão alegou que a falta de servidores e o aumento do número de pedidos provocaram esse tempo maior para atender os beneficiários da Previdência Social. No texto, o INSS argumentou que o instituto sofreu uma perda de servidores maior do que a esperada.
O órgão disse ainda que perdeu 5% da força de trabalho por causa de aposentadorias, mortes, pedidos de exoneração e demissão. No total, são cerca de 20 mil servidores, sendo 11,2 mil ocupando funções de analista ou técnico do seguro social. Para suprir a falta de funcionários, o órgão explicou que seria necessário repor quase 5 mil vagas.
Mas sabemos que esse quantitativo está equivocado. Hoje o INSS opera com um déficit de mais de 11 mil servidores. Para isso, é necessário a abertura de concurso público em uma solução a longo prazo.
O maior número de pedidos em análise diz respeito às solicitações de benefícios assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), com o total de 757.566 pedidos em análise. Em seguida, aparecem os pedidos de aposentadoria, que totalizam 519.465 solicitações na fila.
Também há na fila pedidos de salário-maternidade (179.819), pensões (150.843) e benefícios por incapacidade (131.802).
“O que há em comum nesses três serviços é a necessidade de encaminhar 100% dos casos à Perícia Médica. Para o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência há ainda outro procedimento obrigatório: envio do processo à área de Serviço Social", respondeu o órgão ao STF.
O Sindsprev vem cobrando, junto a outras entidades sindicais, a realização de concurso público, bem como a recomposição salarial dos ativos e aposentados