Falta de atualização do Sistema Facilita dificulta vida dos servidores do INSS
O que deveria ser uma ferramenta para auxiliar os servidores na gestão de sua produtividade e no atingimento de metas, o Sistema Facilita, criado para contabilizar a pontuação dos diversos programas de gestão do INSS, é uma grande pegadinha aos funcionários públicos. Isso porque a ferramenta não é atualizada com a eficiência necessária, causando estresse, adoecimento e sobrecarga de trabalho, especialmente no fim do mês.
Os servidores têm uma meta diária e mensal. E o Facilita deveria permitir acompanhar em tempo real essa pontuação para que ele pudesse ter noção de sua produção. Mas como isso não acontece, quando chega a última semana do mês, o sistema mostra uma pontuação irreal, que não condiz com o que de fato o servidor trabalhou, como se ele não tivesse atingido a meta. Com medo de não ter atingido a meta e ser punido, o servidor precisa muitas vezes trabalhar dobrado, gerando tensão e estresse.
No mês subsequente, o Facilita informa a pontuação do mês anterior e o que se tem concluído é que os servidores estão trabalhando além da meta. “Esses pontos extras que fizemos, perdemos. Ele não é contabilizado para o próximo mês, nem mesmo recebemos a mais ou hora extra por isso. São horas perdidas, trabalhadas de graças para o INSS”, critica a diretora do Sindsprev, Stela Pragana.
A direção do Sindsprev já pontuou esse problema em várias reuniões com a gestão do INSS. Eles têm ciência, inclusive se comprometeram em dar mais eficiência ao Sistema Facilita mas não o fazem, o que nos leva a acreditar que talvez a operacionalidade dessa ferramenta tenha sido pensada dessa forma para que os servidores trabalhem mais do que o necessário. Nós entendemos que essa lógica adotada pelo INSS - um modelo de gestão gerencialista e produtivista - é perverso para o próprio funcionamento do órgão, uma vez que visa apenas o atingimento de metas e não o bem-estar do trabalhador.