Governo propõe aumento só a policiais e mantém perseguição a servidores públicos


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Um dia após o Ministério da Economia enviar ofício ao Congresso Nacional pedindo a inclusão de reajuste salarial para policiais no projeto do Orçamento de 2022, o ministro Paulo Guedes criticou os pedidos de aumentos salariais feitos por servidores públicos de estados, municípios e outras “categorias”, segundo palavras dele. Faz cinco anos que os funcionários não recebem aumento.

"Mal nos levantamos e está cheio de estados, municípios e categorias pedindo aumento de salário de novo, como se fosse dizendo o seguinte: 'eu só queria a vacina, quando deram a vacina, beleza, dá meu dinheiro de volta, eu quero repor'", bravejou Paulo Guedes. O pedido de aumento aos policiais foi assinado pelo próprio Jair Bolsonaro.

Segundo Paulo Guedes, os pedidos de reajuste seriam uma desonra aos demais trabalhadores nesse momento em que o país ainda enfrenta a pandemia de Covid. Se todos os servidores tiverem reajuste salarial, diz o ministro, a medida também representaria uma "desonra" com as futuras gerações, sob a falsa alegação da volta da inflação.

Termina no fim deste ano o prazo para que servidores públicos federais, estaduais e municipais não tenham reajuste. Essa medida foi acertada já durante a pandemia da Covid, como contrapartida para a União firmar um acordo de ajuda a estados e municípios com transferência de mais de R$ 70 bilhões.

No entanto, o gasto extra com a reestruturação de carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) será de R$ 2,8 bilhões em 2022.

Com o acréscimo, o gasto público com os servidores dessas carreiras totaliza R$ 5,1 bilhões no ano que vem. Desse valor, R$ 4,5 bilhões impactam o resultado primário do governo.

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