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No início da pandemia, pesquisadores do mundo todo já afirmavam que haveria a possibilidade de um vaivém de quarentena, provocado especialmente por novas ondas de infecção do novo coronavírus. Um ano e meio depois do surgimento dos primeiros casos de Covid-19, o mundo vivencia a “quarta onda”. Segundo um estudo realizado na Dinamarca com mais de quatro milhões de pessoas e divulgado pela Fiocruz, parte desses casos da quarta onda são de reinfecções por Sars Cov-2, ou seja, de pessoas que já haviam sido diagnosticadas com Covid-19 e testaram positivo novamente.

No caso do Brasil, a quarta onda chega poucos meses depois do recuo da onda anterior, que chegou a matar 4 mil pessoas por dia no país. Em alguns estados, como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, as taxas de ocupação das UTI’s estão chegando a 96%. Ou seja, de cada 10 leitos, 9 estão sendo ocupados por pacientes de Covid-19.

Segundo a Fiocruz, a pandemia no Brasil voltou a piorar em pelo menos oito Estados. E em outros dez, a tendência de queda nos números está se estabilizando, o que também representa uma preocupação.

Para especialistas em epidemiologia e saúde pública, uma das principais explicações para tanto vaivém de infecções no país é o fato de as medidas de distanciamento social serem suspensas por governantes antes que o contágio esteja de fato sob controle. E isso ocorre por diversos motivos, como as fortes pressões econômicas e políticas para não deixar o comércio fechado.

Outras possíveis razões para as sucessivas ondas de covid incluem aglomerações frequentes de multidões (festas, protestos, campeonatos etc.), o surgimento de variantes do coronavírus mais transmissíveis, o ritmo lento de vacinação e a cada vez menor adesão ao distanciamento social. Dessa forma, enquanto grande parte da população não estiver completamente vacinada contra a covid-19, boa parte do país tende a continuar enfrentando sucessivas ondas de infecção.

De acordo com o Mapa da Vacinação no Brasil, até o momento, cerca de 57 milhões de brasileiros completaram a imunização contra a Covid-19, ou seja, tomaram as duas doses da vacina. Mas isso representa menos de 30% da população do país. E, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), uma em cada cinco cidades têm enfrentado falta de imunizantes em seus postos de saúde.

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