Dia dos Pais e a importância da Paternidade Responsável


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Neste domingo (8), comemoramos o Dia dos Pais, um momento especial de reunir pais e filhos para juntos celebrar a data e a importância das relações familiares na vida emocional e afetiva das pessoas. No entanto, o Dia dos Pais é um momento reticente para muitas crianças e adolescentes. De acordo com o último Censo Escolar realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há no Brasil 5,5 milhões de crianças sem o nome do pai na certidão de nascimento. Ainda há aquelas que têm o nome do pai no registro de nascimento, mas a figura paterna não é presente na vida social e afetiva dessas pessoas.

Esse panorama nos leva a um cenário de reflexão sobre a importância da paternidade responsável no século XXI e por que devemos superar a referência de pai provedor. Apesar de ser uma discussão aparentemente recente, desde 1988 a Constituição Brasileira traz em seu texto a legalidade e a legitimidade de novas relações familiares (por exemplo, filhos de pais não casados, fruto de uma relação extraconjugal ou filhos adotivos devem ter seus direitos garantidos, inclusive os afetivos). O homem também deixou de ser a figura central do núcleo familiar, o provedor, cabendo a toda a família a responsabilidade e os deveres para com os filhos.

Essas mudanças de paradigmas legais foram fundamentais na medida em que mexeram de forma positiva na estrutura da família brasileira, embora sua aplicabilidade ainda não seja satisfatória. Isso porque precisamos refletir como as masculinidades ainda interferem na garantia de relações paternas mais afetivas e menos violentas.

O autocuidado e o cuidado com o próximo - sendo o próximo aqui essencialmente os filhos, dentro ou fora de relações conjugais - são tão fundamentais no dia a dia dos pais quanto comer, beber, respirar ou dormir. Compreendendo o cuidado como uma das principais estratégias para que todos os pais possam desconstruir práticas violentas e desenvolver suas capacidades paternas de forma plena, com dignidade e respeito, dividindo com a figura materna as responsabilidades e os deveres de forma igualitária equilibrada.

Precisamos desconstruir o estigma do cuidado como função feminina e questionar uma visão de paternidade que se limita a relações superficiais com os filhos. Mulheres e homens podem e devem assumir responsabilidades e prazeres desde o processo da gestação, passando pelo momento do parto, até o processo de criação, educação e planejamento das atividades diárias. Essas práticas tendem a transformar os relacionamentos paternos em vínculos cada vez mais afetivos e sociais gratificantes.

Segundo o Instituto Brasileiro de Direito de Família, o princípio da paternidade responsável é tão fundamental que interessa não apenas às relações interprivadas, mas também ao Estado, na medida em que a irresponsabilidade paterna, somada às questões econômicas, tem gerado milhares de crianças de rua e na rua. Portanto, é um princípio que se reveste também de caráter político e social.

Se os pais não abandonassem seus filhos ou se exercessem uma paternidade responsável, certamente o índice de criminalidade seria menor, não haveria tanta gravidez na adolescência e o impacto social do abandono paterno poderia mudar a estrutura da sociedade como um todo. A importância do pai na vida de um filho é tanta que a paternidade responsável se transformou em norma jurídica no Brasil, com desdobramentos nos princípios da dignidade humana, da responsabilidade e da afetividade

A paternidade é mais que fundamental para cada um de nós. Ela é fundante do sujeito. A estruturação psíquica das pessoas se faz e se determina a partir da relação que elas têm com suas figuras paternas.

Diante da importância do “ser pai” de maneira presente e responsável, a direção do Sindsprev-PE reforça as saudações e os votos de felicidade para todos os pais e filhos que fazem este sindicato. E, como entidade que defende uma sociedade justa e democrática, convida todos a esta importante reflexão.

Parabéns a todos os pais!

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