Estudo da Fiocruz mostra esgotamento de profissionais de saúde


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A pesquisa “Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19”, conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que a crise sanitária afetou a vida de 95% desses profissionais. Além disso, quase metade deles admitiram excesso de trabalho no período, com jornadas que superaram as 40 horas semanais. Outro dado preocupante é que 45% afirmaram ter dois ou mais empregos para conseguir sobreviver.

O estudo, que teve a participação de 25 mil pessoas, também indica que 43,2% dos profissionais de saúde não se sentem protegidos durante o expediente de trabalho, especialmente no combate ao enfrentamento da Covid-19. Com isso, 18% deles têm medo de se contaminar no trabalho. E cerca de 25% deles foram infectados pela Covid-19.

O principal motivo, para 23% deles (as), está relacionado à escassez e/ou à inadequação do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Conforme o levantamento, 64% deles(as) revelaram a necessidade de improvisar EPIs.

Os profissionais que responderam à pesquisa também denunciaram a ausência de estrutura adequada para realização da atividade (15%) e fluxos de internação ineficientes (12,3%).

O despreparo técnico dos profissionais para atuar na pandemia foi citado por 11,8%, enquanto 10,4% denunciaram a insensibilidade de gestores para suas necessidades profissionais.

Saúde

Os profissionais entrevistados também relataram perturbação do sono (15,8%), irritabilidade/choro/distúrbios em geral (13,6%), incapacidade de relaxar/estresse (11,7%), dificuldade de concentração ou pensamento lento (9,2%), perda de satisfação na carreira ou na vida (9,1%), sensação negativa do futuro/pensamento negativo, suicida (8,3%) e alteração no apetite/alteração do peso (8,1%).

Ambiente

Quando questionados a respeito das principais mudanças na rotina profissional, 22,2% declararam conviver com um trabalho extenuante. Também relataram desvalorização pela própria chefia (21%), a grande ocorrência de episódios de violência e discriminação (30,4%) e a falta de reconhecimento por parte da população usuária. Somente 25% se sentem mais valorizados.

Fake news e força de trabalho

Mais de 90% dos profissionais de saúde admitiram que as falsas notícias são um verdadeiro obstáculo no combate à Covid-19.

Os dados revelam também que, durante a pandemia, a maioria dos profissionais é feminina (77,6%). A maior parte da equipe é formada por enfermeiros (58,8%), seguida pelos médicos (22,6%), fisioterapeutas (5,7%), odontólogos (5,4%) e farmacêuticos (1,6%), com as demais profissões correspondendo a 5,7%.

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