Reajustes abusivos da Geap Saúde tornam o plano insustentável para os servidores
O anúncio de um reajuste de 7,56% nos planos Geap Referência, Geap Saúde I e II, Geap Essencial e Geap Clássico, a ser aplicado a partir do dia 01 de fevereiro, foi sentido pela categoria como mais um golpe deste governo, que visa destruir todos os direitos e garantias já conquistados pelos servidores públicos federais ao longo de quase 40 anos. A gestão da operadora argumenta que o aumento é necessário para equilibrar as receitas e despesas e recompor valores não cobrados em 2020 por determinação da Agência Nacional de Saúde (ANS), embora saibamos que durante a pandemia tenha havido redução na utilização do plano de saúde.
No entanto, a operadora não tem levado em consideração a dificuldade financeira que muitos têm atravessado neste momento. Sabemos que esse reajuste, aliado ao congelamento dos salários, à falta de reposição salarial e à redução nominal da remuneração líquida em função do aumento da alíquota de contribuição previdenciária, têm reduzido drasticamente os salários, especialmente dos aposentados, inviabilizando a permanência de milhares de servidores na carteira de clientes da Geap Autogestão em Saúde. Nos últimos anos, mais de 100 mil servidores deixaram a Geap, ficando dependentes unicamente do SUS, que já opera acima da sua capacidade.
No fim de 2020, a operadora chegou a aplicar reajustes abusivos de 32% para o Geap Para Você e 45,5% para o Geap Saúde Vida (sem coparticipação), quando ficou clara a intenção da Geap de expulsar do plano de saúde companheiros e companheiras que já estão com seus salários reduzidos e não têm condições de pagar essas altas mensalidades. Lembrando que os valores das contribuições ainda estão sujeitos a outros aumentos, como nos casos de aumento ou redução da contribuição da patrocinadora e/ou mudança de faixa etária, além das despesas com coparticipação.
Por outro lado, o per capita (contrapartida da União) está congelado há muitos anos e não acompanha os reajustes, ficando cada vez mais pesado para o servidor. E a operadora já afirmou em diversos momentos que a expectativa da Geap, para os próximos anos, é de “aumentar sua fatia de mercado, com novas opções de planos de saúde e cardápio variado de preços e rede credenciada”. No entanto, esse objetivo desconsidera o beneficiário que é a razão de ser da Geap.
O plano de saúde é nosso, os servidores federais, e não do governo e, ao invés de estar focado em aumentar fatia de mercado, a administração da Geap deveria estar estudando como diminuir os custos para os beneficiários de tal forma que não os expulse, já que somos nós que financiamos cerca de 90% da Geap.
Nós, do Sindsprev em Pernambuco, entendemos que a única saída para resolver esse impasse entre a sustentabilidade das contas da Geap versus manutenção do pagamento do plano de saúde pelos servidores é o governo aumentar o valor per capita por servidor. Ou seja, requeremos que o governo custeie pelo menos 50% do nosso plano de saúde. Hoje os servidores arcam com quase 90%, apesar disso é o governo que manda e desmanda, que aumenta as despesas e expulsa os verdadeiros donos do plano que somos nós, e por isso mesmo deveríamos dirigir a Geap e não o Governo federal!
O último reajuste foi votado sem a participação dos trabalhadores. Por isso é importante que os assistidos da Geap em Pernambuco participem ativamente das eleições, que acontecem no próximo mês de março, para eleger os representantes dos assistidos no Conselho de Administração (CONAD) e no Conselho Fiscal (CONFIS). Ambos conselhos se encontram sem representação dos trabalhadores. Todas essas questões envolvendo a GEAP também estão incluídas na nossa pauta unificada de 2021 e toda a categoria está convidada a se juntar nessa luta.