CUT em defesa da Fafen
Em decorrência da decisão da Petrobras em demitir mais de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), de Araucária, Paraná, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, e o secretário de Comunicação, Roni Barbosa, debateram alguns pontos com ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) na última terça-feira (11). A série de conversas, que contou com a participação de uma delegação de petroleiros, teve o objetivo de pôr o TST como mediador do dilema.
Sérgio Nobre chamou atenção para o desdém e a desumanidade da estatal em relação aos servidores. “A Petrobrás não pode fazer o que tá fazendo, tomando medidas arbitrárias e autoritárias. Além de estar destruindo uma empresa determinante para o crescimento do Brasil, a Petrobras atinge trabalhadores que têm filhos que fazem tratamento de leucemia, por exemplo”, disse.
Segundo a Fafen, o fechamento da empresa é explicado com um déficit ocasionado pelo aumento do preço da matéria prima; pois o produto final não cobre o valor. Porém, a matéria prima é repassada à Fafen-PR pela Petrobrás; ou seja, não há prejuízos.
Roni Barbosa, que também é petroleiro, alertou para o impacto das demissões na economia social. “Não são só mil trabalhadores sem emprego. Esse número se transformará em 3, 4, 5 mil pessoas sem emprego, já que impacta diretamente no comércio e serviço da região”, argumentou.
A CUT e a delegação de petroleiros continuarão articulando, nesta quarta-feira (12) com outros representantes, visando sanar as medidas desastrosas da atual direção da Petrobrás. Ainda foram marcadas reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Vale ressaltar que a Fafen--PR não produz apenas fertilizantes. Ela também fabrica ureia, enxofre, gás carbônico e metanol, produtos utilizados em cosmético, ração animal e nas indústrias farmacêuticas e químicas.
Vigília na Fafen-PR
Desde o dia 20 de janeiro, seis dias após anúncio das demissões, que os petroleiros e familiares fazem vigília na Farfen-PR.
Com o anúncio desta atrocidade, a Federação única dos Petroleiros, FUP, convocou uma greve geral da categoria para o dia 1 de fevereiro, refletindo paralisação em 91 unidades do Sistema Petrobras, em 13 estados brasileiros. Cerca de 20 mil trabalhadores estão envolvidos na greve, considerada a mais forte dos últimos anos.
Ao todo, estão paradas 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias, 3 bases administrativas e mais 20 unidades operacionais.
Reivindicações dos petroleiros
- Suspensão da demissão em massa dos trabalhadores da Fafen-PR, prevista para ter início no dia 14 fevereiro;
- Suspensão das medidas unilaterais que contrariam o ACT e os fóruns de negociação:
- Implantação unilateral das tabelas de turno de 3x2, em ciclos de 5 dias
- Posicionamentos equivocados de cartões de ponto para apuração da hora extra da troca de turno
- Fim do interstício total e exigência dos trabalhadores chegarem na madrugada,
- Transferências de trabalhadores sem negociação com os sindicatos
- Ataques à AMS e à PLR, com imposições de decisões à revelia do ACT e da legislação
- Estabelecimento imediato de um processo negocial sobre todos estes pontos, com duração mínima de 30 dias;
- Que não haja condicionamento de renúncia de direitos ao avanço das tratativas