Dataprev pretende demitir quase 500 trabalhadores e fechar as portas em 20 estados
É de fundamental importância manter como empresas públicos a Dataprev e o Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados. Apesar disso, o governo federal continua na sua obsessão de promover o desmonte das estatais, essenciais ao desenvolvimento do país e à soberania nacional.
Nessa investida para desmontar a Dataprev foi lançado o Programa de Adequação de Quadro (PAQ), para demitir os funcionários das unidades que serão fechadas. Quem não aderir voluntariamente ao programa de demissão até o dia 20 de janeiro, poderá ser demitido, pois não terá a opção de ser transferido para os estados onde a Dataprev continuará funcionando: Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.
A Fenadados - Federação Nacional dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados - está organizando várias ações para evitar a demissões dos trabalhadores. Entre elas, a categoria deverá ingressar na Justiça com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin); agendar reuniões com a direção do Serpro e da Dataprev e realizar assembleias elaborar um plano de lutas e resistência contra os ataques do governo Bolsonaro.
Além disso, a Fenadados vai agendar audiências públicas, conversar com vários segmentos da sociedade, inclusive parlamentares, para que eles se sensibilizem sobre a importância de manter a Dataprev e o Serpro como empresas públicas.
LUCRATIVA- O faturamento de 2019 da Dataprev é estimado em R$ 1,6 bilhão e o lucro de R$ 170 milhões. A empresa pública é responsável por processar R$ 50 bilhões de benefícios do INSS, ao mês, e R$ 555 bilhões por ano, representando 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. 98% da sua receita são oriundos do processamento da folha do INSS, pagos pelo governo federal para a empresa fazer esse serviço pela gestão das folhas de aposentadorias e pensões.