Camponeses protestam contra ameaças de despejo e leilões de terras na Mata Sul de Pernambuco


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Por: Redação de Brasil de Fato | Recife (PE)

Cerca de 400 camponeses e camponesas de comunidades da Zona da Mata de Pernambuco realizam nesta manhã (04) um protesto no centro do Recife para denunciar as mais recentes tentativas de despejo e expulsão contra milhares de famílias na região. Os agricultores e agricultoras estão concentrados em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco e seguirão em marcha até o Palácio do Campo das Princesas e o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). As famílias são acompanhadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras de Pernambuco (Fetape).

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De acordo com a CPT, as famílias denunciam que há em curso uma onda de leilões judiciais dos imóveis de antigas e desativadas usinas, as quais acumulam dívidas milionárias tanto com o poder público quanto com ex-trabalhadores e trabalhadoras, como a Usina Santo André e a Usina Frei Caneca.

A abertura desses leilões vem sendo questionada pelas famílias e organizações sociais por conter indícios de fraude e por alimentar um esquema de “lavagem de terras” no local, uma vez que essas podem ser readquiridas a preços vis pelo próprio empresariado, livrando assim os imóveis das dívidas fiscais e trabalhistas a que estão vinculados. Estima-se que os leilões judiciais colocarão mais de 1.200 famílias agricultoras posseiras apoiadas pela CPT e pela Fetape - incluindo credoras das usinas - na iminência de serem despejadas. 

Para as famílias agricultoras e organizações que acompanham o caso, os leilões "representam um grave golpe aos direitos possessórios e territoriais das comunidades ali residentes e vão na contramão de todos os esforços empregados recentemente para evitar que a violência no campo atinja patamares ainda mais dramáticos na região" afirmaram em nota.

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Desta forma, os camponeses e camponesas devem continuar em mobilização para cobrar do Governo e do Tribunal de Justiça o cancelamento dos editais de venda dos imóveis e o direito de permanecerem na terra em que vivem há décadas, por meio do reconhecimento de seus direitos possessórios.

*Com informações da CPT

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